Má fase do Flu dura quase seis meses: só sete vitórias nas últimas 30 partidas

A fraca atuação do Fluminense no empate por 3 a 3 contra o Madureira, no Moacyrzão, foi apenas mais um capítulo da má fase que assombra as Laranjeiras há quase seis meses. Depois de terminar o primeiro turno do Campeonato Brasileiro no G-4, o Tricolor caiu de produção e terminou a segunda parte da competição na lanterna. Nos últimos 30 jogos, foram sete vitórias e apenas 30% de aproveitamento dos pontos disputados. Irregularidade que já derrubou o técnico Enderson Moreira e que é responsável por deixar seu sucessor Eduardo Baptista mais pressionado a cada tropeço.

A possível demissão divide opiniões na diretoria. O treinador ainda segue no cargo com o apoio do vice-presidente de futebol Mário Bittencourt e do elenco. Mas enquanto Mário segue convicto em sua posição de manter Baptista, o presidente Peter Siemsen já não tem a mesma certeza se essa é, de fato, a opção correta. Quando o apresentou, no entanto, o mandatário falou em ''trabalho a longo prazo'' - o contrato era de um ano e meio e vai até dezembro. Siemsen, aliás, defende a ideia do técnico barato como filosofia de trabalho. Foi assim com Cristóvão, Ricardo Drubscky, Enderson Moreira e o próprio Eduardo.

A impressão que ficou em Macaé na última quinta-feira foi de que o Fluminense só não perdeu porque o Madureira teve um jogador expulso no fim do primeiro tempo. E nem a superioridade numérica garantiu a vitória. Pouco compactado em campo e abusando das falhas individuais, o Tricolor virou o jogo na categoria de seu capitão Fred, autor dos três gols da equipe. Mas permitiu o empate nos minutos finais.

- O treinador de futebol não pode sentir pressão, tem que trabalhar e ter resultados. Quando uma sequência boa acontecer, essa pressão diminui - resumiu Baptista após a partida.

Último bom momento do Flu foi entre junho e julho de 2015, cinco vitórias e um empate, sequência encerrada no triunfo por 2 a 1 sobre o Atlético-PR
O problema principal é que a última ''sequência boa'' do Fluminense aconteceu entre 24 de junho e 12 de julho de 2015. No período, uma série invicta de seis jogos no Brasileirão, com cinco vitórias e um empate. O Tricolor podia até assumir a liderança da competição nacional se vencesse o confronto seguinte, diante do Vasco, no dia 19, pela 14ª rodada. Perdeu por 2 a 1. Foi o início da derrocada. Mesmo irregular nos jogos seguintes, o Flu ainda conseguiu terminar o primeiro turno na quarta posição. Mas viu a má fase se instalar de vez no início do returno no dia 23 de agosto, derrota por 2 a 1 para o Joinville.

Copa do Brasil foi a exceção

As atuações na Copa do Brasil, e poucos jogos na reta final do Brasileirão, foram a exceção. Depois de eliminar o Grêmio jogando a segunda partida em Porto Alegre, o Tricolor viu a vaga na final escapar na decisão por pênaltis contra o Palmeiras. No Brasileiro, boas atuações contra São Paulo, Vasco e Avaí serviram para evitar a aproximação da zona do rebaixamento. Nos últimos dois jogos, o Flu chegou a atuar com time misto ou reserva. Empate contra o Inter e derrota para o Figueirense, resultados que não valiam nada e ajudam a piorar a estatística.

Veio 2016 e a expectativa da torcida por dias melhores não se confirmou. Nos primeiros seis jogos, por mais que os desafios no Torneio da Flórida fossem apenas testes e com um alto número de substituições, apenas uma vitória - justamente contra a equipe mais frágil, o Bonsucesso. O próprio desafio é contra outro time que não deve servir de parâmetro: o Tigres, que perdeu os três jogos que realizou no Carioca até agora. O próximo teste de fogo será a sequência logo a seguir que tem o Cruzeiro, pela Primeira Liga, e os clássicos contra Flamengo e Botafogo pelo estadual. Oito dias que podem definir o futuro de Eduardo Baptista nas Laranjeiras.

- Vamos trabalhar. Os resultados não são bons. Nosso time está em formação... O Diego (Souza) vai crescer. Perdemos (por lesão) jogadores importantes que foram contratados. Não posso me abalar para podermos conseguir os resultados - disse o treinador.

Fonte: Ge
Texto: Edgard Maciel de Sá
Foto: Nelson Perez / Fluminense FC