Diego Souza alivia pressão sobre si e diretores-torcedores

Além de Eduardo Baptista, pressionado pelos recentes tropeços do Fluminense, Diego Souza era outro em situação desconfortável no Raulino de Oliveira. Principal contratação do clube para 2016, o camisa 10 andava devendo e começava a ver parte da torcida pegar no seu pé. No último domingo, ele fazia apenas o seu segundo jogo oficial no ano, o quarto contando os amistoso pelo Torneio da Flórida, durante a pré-temporada nos Estados Unidos. Mas a cobrança já existia: gritos para correr ou pedir sua substituição ecoavam na arquibancada. Até que o meia brilhou. Fez um gol na goleada por 4 a 0, deu assistências para mais dois e ainda aplicou um lindo chapéu em Lucas Willian, arrancando aplausos até de quem o criticava. E também de quem estava torcendo por ele desde o início, como por exemplo Mário Bittencourt e Fernando Simone.

Respectivamente, o vice-presidente de futebol e o diretor do departamento do Fluminense acompanharam o jogo lado a lado em um dos camarotes do estádio em Volta Redonda. Lá, foram uma espécie de "dirigentes-torcedores" de Diego Souza - a dupla foi responsável por conduzir a sua contratação, tendo o clube comprado parte dos direitos econômicos do jogador de 30 anos na negociação. Tanto que um chute na trave do meia empolgou mais os dois do que o golaço de bicicleta de Cícero no início da partida. Se no primeiro gol Mário continuou sentado, após a chance desperdiçada pelo camisa 10 ele se levantou e até bateu com as mãos na divisória de vidro, lamentando a oportunidade perdida.


O vice-presidente ainda estava de pé quando minutos depois Diego Souza cobrou uma falta de três dedos, virando o jogo para Wellington Silva na direita. Mário logo virou para o lado e disse:

- Que passe, hein?

Quando o gol do camisa 10 enfim saiu, já no segundo tempo, os dirigentes vibraram de pé e punhos para o alto. E após o meia deixar Osvaldo na boa para estufar a rede, Simone brincou com outros presentes ao camarote da delegação tricolor.

- Um gol e um passe. Fala dele agora...

Mal sabia o diretor que ainda cabia mais no repertório de Diego Souza. Foi dele também o cruzamento na medida para o gol de cabeça de Henrique, o quarto e último da goleada. E ainda mostrou sua categoria ao aplicar um lindo chapéu em Lucas Willian o que lhe rendeu muitos aplausos tanto do camarote quanto da arquibancada.

Até mesmo a disposição para pular e disputar bolas rifadas da defesa chamou a atenção. Mário reparou que o porte físico avantajado dava ampla vantagem ao camisa 10 na disputa corpo a corpo com os adversários.

- Com essa casca, ganha todas - disse, fazendo referência à musculatura do meia.

Satisfeitos, os dirigentes deixaram o camarote pouco antes do fim da partida.

Na saída de campo, Diego Souza minimizou a cobrança da torcida, que no intervalo de jogo chegou a vaiar o time mesmo com a vitória parcial por 1 a 0. Ainda recuperando seu ritmo ideal, o camisa 10 ressaltou que o trabalho está só começando e que aos poucos a equipe vai evoluir.

- Ainda estamos em começo de temporada. O time está encaixando, cada um começa a encontrar o outro. Aos poucos, vamos evoluir e começar a agradar a torcida.

O Fluminense volta a campo na quarta-feira pela Primeira Liga. O adversário será o Cruzeiro, no Mineirão, às 19h30 (de Brasília). Pelo Campeonato Carioca, o próximo desafio será contra o Flamengo, no domingo, no Mané Garrincha, em Brasília.

Fonte: Ge
Texto: Thiago Lima
Foto: Thiago Lima