Com média de gols superior a Fred, Cícero avalia: "Sou fundamental"


Cícero tem apenas dez jogos desde o retorno, porém, nem parece que deixou o Fluminense em 2008. Tanto o é que encaixou como uma luva no time montado por Cristóvão Borges. Titular desde a estreia, ajudou a formar o trio de meias, ao lado de Wagner e Conca, que embalou o time no Brasileirão. A criação das jogadas, porém, ganhou o auxílio de um lado artilheiro: são seis gols, ou seja, uma média de 0,6 por partida, desempenho superior ao de Fred, o artilheiro tricolor no ano (veja os gols de Cícero no vídeo acima). É o que ele tentará repetir nesta quinta-feira, a partir das 18h (de Brasília), diante do Goiás, no debute da Sul-Americana. E, nas próprias palavras, mostrar como é “fundamental” à equipe.

Dono da camisa 5, Cícero não foge à responsabilidade de assumir a sua importância em uma equipe em busca de recuperação - ganhou do Sport, domingo, após quatro jogos de tropeços, ainda sob desconfiança desde a eliminação na Copa do Brasil. E, com a experiência de ter atuado na Alemanha e em outros grandes clubes nacionais, como São Paulo e Santos, reconhece:

- As pessoas me perguntam se sou volante ou meia. Antes, eu aceitava ser chamado de curinga. Me acho totalmente diferente agora. O amadurecimento da ida do São Paulo ao Santos... e agora o retorno ao Fluminense. Me tornei um jogador fundamental à equipe. Não importa a posição. Seja qual for a função, sei que jogo da mesma maneira. Isso é o que tento fazer. Me tornei fundamental dentro de campo - opinou.

O camisa 5 tricolor seguiu com o raciocínio:

- Sou um jogador que, sempre que tem a bola parada, chego perto da área. Tenho chute de média distância. Procuro aproveitar os meus fundamentos. Tento usufruir da melhor maneira possível. Tenho 17 gols desde janeiro (contando a passagem pelo Santos), é a minha contagem particular. Cheguei agora. Fiz seis gols. Isso tem a ver com a liberdade que o Cristóvão tem me dado. Tento de adaptar da melhor maneira possível para ajudar o time. Está dando resultado.

Aos 30 anos, com uma convocação à Seleção, em 2011, gestão de Mano Menezes, para o Superclássico das Américas contra a Argentina, o meia mantém o sonho de ser novamente chamado. A reformulação a ser feita por Dunga o anima:

- Pensando em Seleção, acho que tenho de jogar como segundo volante. É onde me encaixo bem. A função que faço, com mais liberdade, no Fluminense, é boa também: consigo me mexer bem em campo. Mas não penso muito nisso. Deixo as coisas acontecerem naturalmente. Deus sabe o que faz. Tento fazer o melhor sempre. Seleção, deixo acontecer. Foco no Fluminense e, se tiver de chamar, vão me chamar. É um objetivo que tenho. Realizei uma vez. Não tem preço defender as cores do seu país.

Depois de encarar o Goiás, Cícero terá de torcer. Está suspenso e não enfrentará o Corinthians, domingo. Só poderá voltar a ser fundamental na partida de volta contra o Esmeraldino, em 3 de setembro...

Confira a íntegra da entrevista

Como avalia o momento no Fluminense?

Quando cheguei, disse: não vim tirar o lugar de ninguém, só mostrar o meu trabalho. É o que estou fazendo. As coisas têm fluído ao lado positivo. Estou feliz por contribuir ao time.

Em dez jogos, marcou seis gols. Virou artilheiro?

Sou um jogador que, sempre que tem a bola parada, chego perto da área. Tenho chute de média distância. Procuro aproveitar os meus fundamentos. Tento usufruir da melhor maneira possível. Tenho 17 gols desde janeiro (contando a passagem pelo Santos), é a minha contagem particular. Cheguei agora. Fiz seis gols. Isso tem a ver com a liberdade que o Cristóvão tem me dado. Tento de adaptar da melhor maneira possível para ajudar o time. Está dando resultado. Conto meus gols desde o começo da carreira. Isso ajuda a melhorar. Tento manter uma regularidade muito boa. Na carreira, tenho 126 gols. Não tenho um número total em mente. O objetivo era chegar a 100. Consegui. Não foi fácil, é um número elevado até pela minha posição. Estava no Santos em derrota por 2 a 1 ao Botafogo (em 16 de setembro de 2013, pelo Brasileirão). Foi um belo gol, de fora da área.

Afinal, é volante ou meia?

As pessoas me perguntam se sou volante ou meia. Antes, eu aceitava ser chamado de curinga. Me acho totalmente diferente agora. O amadurecimento da ida do São Paulo ao Santos... e agora o retorno ao Fluminense. Me tornei um jogador fundamental à equipe. Não importa a posição. Seja qual for a função, sei que jogo da mesma maneira. Isso é o que tento fazer. Me tornei fundamental dentro de campo.

Deixo as coisas acontecerem naturalmente. Deus sabe o que faz. Tento fazer o melhor sempre. Seleção, deixo acontecer. Foco no Fluminense e, se tiver de chamar, vão me chamar. É um objetivo que tenho. Realizei uma vez. Não tem preço defender as cores do seu país

Cícero

Atuar na Alemanha, país atual campeão do mundo, pelo Hertha Berlin e pelo Wolfsburg, lhe trouxe que tipo de aprendizado?

A cada ano que passou da minha vida, eu aprendi. O ser humano é assim. Fui mentalizando as experiências que tive. De vida, na profissão. Amadureci. As coisas passaram a fluir no meu trabalho. Lá, você aprimora a parte tática. Eles são aplicados. É um futebol no qual eu gostava de jogar. Não é à toa que eles são uma potência.

Ainda sonha com Seleção?

Pensando em Seleção, acho que tenho de jogar como segundo volante. É onde me encaixo bem. A função que faço, com mais liberdade, no Fluminense, é boa também: consigo me mexer bem em campo. Mas não penso muito nisso. Deixo as coisas acontecerem naturalmente. Deus sabe o que faz. Tento fazer o melhor sempre. Seleção, deixo acontecer. Foco no Fluminense e, se tiver de chamar, vão me chamar. É um objetivo que tenho. Realizei uma vez. Não tem preço defender as cores do seu país.

Depois da Sul-Americana, o Flu enfrentará Corinthians e Cruzeiro, equipes do G-4. Esta sequencia definirá o futuro no Brasileirão?

A Sul-Americana é uma competição importante. Tem visibilidade. O campeão entra direto na Libertadores, tem a Recopa depois. É interessante. No Brasileirão, se conseguirmos resultado nesses dois jogos, mostraremos que temos condições de brigar pelo título.

Fonte: Ge
Foto: Moyses Ferman / Photocamera
Texto: Hector Werlang