Wagner estava em casa, recuperando-se da cirurgia que o afastou da última e da próxima rodada do Brasileirão, quando o telefone tocou. A ligação trazia uma oferta milionária. Capaz de mudar de vida. Mas... ele disse não. A recusa em defender o Al-Ittihad, da Arábia Saudita, foi tomada pensando no trabalho e na família. O meia, titular desde que Cristóvão Borges assumiu o Fluminense, acredita que a “atmosfera saudável” do grupo o fará ser campeão em 2014. E não era o momento de tirar esposa e filho do Rio de Janeiro.
Para comprar o camisa 10, os sauditas ofereceram 2 milhões de euros (R$ 6 milhões). Isto ao Tricolor. Já ao atleta...
- Era para ganhar mais do que o dobro do que ganho aqui. Eu analisei a oferta que chegou, houve o interesse deles, sim. O Fluminense foi comunicado, claro, mas nem falei direito com a direção. Não é hora de sair. A família está bem aqui. E acho que a gente ainda vai ser campeão neste ano. Ou do Brasileirão ou da Copa do Brasil. Confio muito no time - disse o jogador, que tem contrato até o final de 2015, em contato telefônico neste sábado.
A confiança tem a ver com a chegada de Cristóvão. E, claro, pela qualidade e união do grupo. Após um 2013 com a polêmica permanência na Série A, os jogadores criaram uma espécie de pacto para mudar o panorama. A temporada não começou bem, com eliminação no Carioca na semifinal, mas a vice-liderança do Brasileirão e a vaga à terceira fase da Copa do Brasil permitem sonhar.
- A gente criou esta atmosfera saudável. Todos nós acreditamos no grupo e no potencial. Quando a gente joga descansado, sem a loucura de quarta e domingo, praticamos um futebol bonito, veloz e de muitos gols. Por isso, estamos confiantes. Fizemos jogos incríveis e, respeitando os adversários, temos chances de levantar taça - completou o atleta.
Vice de futebol, Mário Bittencourt, ainda na sexta-feira, havia admitido a existência da proposta. Porém, ao lembrar a recuperação do jogador, disse não ter interesse em negociá-lo. Pois a operação de uma varize intestinal, feita na segunda-feira, transcorreu com normalidade. Wagner está em casa e irá se reapresentar na retomada dos treinos, com o grupo, durante o recesso para a Copa do Mundo:
- Deu tudo certo. Fiquei só 24 horas internado. O hospital é necessário, mas é um ambiente que não gosto muito. O momento é de repouso. Foi tudo bem calculado. Falei com médicos e Cristóvão, que deram respaldo. Decidimos que era melhor perder os dois jogos agora (Atlético-MG e Inter) e depois me reapresentar com o grupo. Assim, perdemos o menos tempo possível.
O Fluminense, sem Wagner, treinou na manhã deste sábado. No domingo, em Macaé, recebe o Inter. Tem a chance de voltar à liderança, afinal, tem um ponto a menos do que o líder Cruzeiro.
Fonte: Ge
Texto: Hector Welang
