♪♫ Recordar é viver, Assis acabou com você ♫♪

Benedito de Assis Silva nasceu em São Paulo,dia 12 de novembro de 1952, mais conhecido como Assis, é um ex-futebolista brasileiro que atuava como atacante.

Atuou no São Paulo e no Atlético-PR, mas sua carreira teve maior destaque no Fluminense, onde conquistou o tricampeonato do Campeonato Carioca (1983, 1984, 1985) e o Campeonato Brasileiro de 1984, além de diversos outros torneios, inclusive internacionais.

Assis disputou 177 partidas pelo Fluminense e fez 54 gols, entre 1983 e 1987.

Ao lado do companheiro de ataque Washington, com quem fazia uma dupla que ficou conhecida como "Casal 20", alusão a seriado de TV da época, Assis deu muitas alegrias à torcida tricolor [1]. O jogador costumava marcar muitos gols contra o Flamengo, decidindo dois campeonatos cariocas a favor do Flu, o que lhe rendeu o apelido de "Carrasco do Flamengo" e uma musiquinha da torcida tricolor para os rivais: Recordar é viver, Assis acabou com você!

Quanto aos dois campeonatos cariocas em questão, o primeiro foi em 1983. A "final" de tal competição é até hoje lembrada como uma das mais impressionantes dos campeonatos cariocas. Bangu, Flamengo e Fluminense classificaram para um triangular final apenas com jogos de ida, todos no Maracanã. No primeiro jogo, um empate entre Bangu e Fluminense: 1 a 1. No segundo jogo do triangular, um Fla x Flu, o Flamengo necessitava de apenas um empate para poder comemorar o título. Já o Fluminense só manteria-se vivo na competição com uma vitória sobre o rival. O jogo estava 0 x 0, o Fla-Flu já estava no seu minuto final, e a torcida do Flamengo já comemorava a eliminação do rival e o provável título, que poderia vir no próximo jogo contra o Bangu, quando ocorre o inesperado: Assis recebe um lançamento primoroso, em posição absolutamente legal. A zaga do Flamengo tentou fazer a famosa "linha burra", mas não funcionou. Então, aos 45 minutos do segundo tempo, Assis avança com a bola pela direita, entra na grande área, fica cara a cara com o goleiro, tendo tempo ainda de ajeitar com o pé esquerdo - ele é canhoto - e chuta pro gol. Dois zagueiros rubro-negros ainda tentam desesperadamente tirar a bola, mas ela já tinha endereço certo. 1 x 0 Flu. Era o gol do título do tricolor das Laranjeiras, gol altamente festejado, pois, afinal, fora um lance inacreditável. Fluminense Campeão Carioca de 1983. Na decisão de 84, os tricolores, mais uma vez levantaram a taça, novamente contra o Flamengo, novamente por 1 x 0, novamente com gol de Assis, novamente no gol do Maracanãzinho, novamente nos minutos finais.
   

Em 2007, assumiu o cargo de coordenador técnico das categorias de base do Fluminense. Mas continua dizendo que seu grande sonho é trabalhar no futebol paulista, segundo ele, a grande vitrine do Brasil. Assis já trabalhou no Rio Branco (ES) e nas as divisões de base do Volta Redonda (RJ), na Cidade do Aço. Na empreitada, formou dupla com o ex-goleiro Ronaldo, que jogou no São Paulo.

Nascido na capital paulista e criado no bairro da Vila Prudente, na Zona Leste, Assis começou a carreira jogando Futsal no lá mesmo, no Vip´s Clube. No futebol de campo, seu início foi no Clube Atlético Juventus, em 1970. Ainda juvenil, deixou o tradicional clube da Mooca e foi jogar na Portuguesa. Sem muitas esperanças de fazer sucesso nas equipes profissionais do Canindé, Assis chegou a desistir do futebol, mas retornou em 1975 para jogar no São José (SP). No ano seguinte aconteceu a transferência para a Inter de Limeira e logo em seguida ele foi jogar na Francana, onde foi um dos destaques da equipe na conquista da divisão intermediária.

Em 1978, já na divisão principal, a Francana fez boa campanha no Paulistão e chegou ao sexto lugar. O futebol de Assis mais uma vez se destacou e despertou o interesse dos dirigentes são-paulinos, que o contraram em 1979. "Foi no São Paulo que ganhei o apelido de Assis Perna Longa. O Milton Neves e o Henrique Guilherme, repórter, me entrevistavam e viviam me chamando de Perna Longa. Até hoje o Milton fala isso quando mostra gols meus. É engraçado", conta o ex-meia, que fez 88 jogos pelo time são-paulino. Segundo o "Almanaque do São Paulo", de Alexandre da Costa, foram 40 vitórias, 31 empates e 17 derrotas. 

Em 1981, logo após deixar o São Paulo, Assis conheceu Washington no Beira-Rio. "Eu fui para o Inter e o Washington estava fazendo testes, mas ele não foi aproveitado. Em 1982, nós voltamos a nos encontrar no Atlético Paranaense e lá vivemos um grande momento." Depois de conquistar o título paranaense, a dupla, batizada de "Casal 20", seriado exibido no começo dos anos 80, foi jogar no Fluminense.
Em 1983, Assis marcou um gol inesquecível na sua carreira na final do Carioca contra o Flamengo. "Aquele gol não sai da minha memória. Foi emocionante, principalmente porque foi no final da partida e conquistamos o título", relembra. Em 84, ele ao lado de Washington, Branco, Romerito, Ricardo Gomes, Tato e outras feras, ajudaram o Tricolor das Laranjeiras a conquistar o primeiro título brasileiro. Na ocasião, o técnico do Flu era Carlos Alberto Parreira, um dos melhores treinadores brasileiros, segundo o próprio Assis. "O Parreira, que sempre foi muito estudioso, fez um trabalho baseado no futebol europeu. Ele pegava taipes e nos mostrava. O forte da equipe era a marcação."

Até hoje, Assis costuma conversar muito com seu parceiro de ataque do Furacão e do Fluminense, Washington. "A amizade que fizemos fora de campo nos ajudou quando jogávamos. Acho que o segredo para o sucesso de uma equipe é a união", fala o ex-meia.

Em 1988, Assis deixou o Fluminense para jogar no Miami, mas não conseguiu visto de permanência nos Estados Unidos e retornou ao Brasil. Em 1990, ele encerrou a carreira atuando mais uma vez no Clube Atlético Paranaense. Assis é casado e pai de dois filhos: Veridiana Lorena e Gustavo. "Acho que o Gustavo não vai ser jogador", brinca Assis.
 

Encontro com um ídolo

Assis conta que uma de suas maiores emoções foi ter sido homenageado ao lado de Rivellino. "Só o Fluminense mesmo pode promover uma sensação tão maravilhosa. Jamais vou esquecer o encontro com o Rivellino, um grande ídolo e uma pessoa incrível", conta Assis, que foi apelidado por Riva.

"O Rivellino é brincalhão e me chamou de ´Rei Momo da Etiópia´. Aí eu retruquei e o chamei de ´Lutador de Sumô´ e demos risadas. Mas o Rivellino é um exemplo a ser seguido", falou Assis.

Fonte: Arquivos do Fluminense Football Club / Wikipédia
Fotos: Reprodução / Internet