- O futsal ajuda o atleta em formação a raciocinar mais rápido e a resolver situações de jogo com mais facilidade em um curto espaço do campo. Quando um jogador passa pela quadra, ele chega com esses adicionais que o garoto formado no campo não tem - comenta o supervisor de futsal do Fluminense, Ivan Proença.
Lateral-esquerdo titular da Seleção Brasileira de Mano Menezes e dono da camisa 6 do Real Madrid, Marcelo deu os seus primeiros passos no futsal tricolor aos nove anos de idade. Depois de quatro anos nas quadras, foi puxado para os gramados, onde profissionalizou-se em 2005 e logo começou a destacar-se. Para o supervisor do Flu, este é o caminho a ser seguido pelo novo projeto do futsal do clube, que mantém uma parceria com o Imperial, de Petrópolis (RJ), desde fevereiro.
- Uma das metas da nossa gestão é fazer esta transição do futsal para o futebol de uma forma inteligente. Sabemos que cerca de 80% dos maiores craques da história passaram pelas quadras. Veja o exemplo de Maradona, Ronaldo e Edmundo. Todos eles se destacaram na carreira por terem uma capacidade de resolver jogadas difíceis com um raciocínio acima da média - explica Proença.
Apesar de ter se profissionalizado pelo Vasco em 1992, Edmundo viveu boa parte da sua carreira amadora nas quadras. Depois de jogar pelo Fonseca, de Niterói, chegou ao futsal do Flu em meados dos anos 80, antes de ir para o Botafogo. Dispensado pelo Alvinegro por problemas disciplinares, acabou aproveitado pelo Vasco, onde fui puxado para os gramados quando ainda era juvenil.Outro jogador que teve passagem pelo futsal do Flu e acabou virando destaque de um rival foi o ex-meia Nélio. Campeão brasileiro pelo Flamengo em 1992, o atleta atuou no futsal do Flu antes de aportar na Gávea no fim dos anos 80.
A tradição tricolor de revelar craques com passagem pelo futsal vai mais além. Nos anos 60, surgia Mário Sérgio, meia que acabaria profissionalizando-se no Flamengo, mas que voltaria ao Fluminense em 1975. Atento a possíveis novas perdas para clubes rivais, o Tricolor diz ter uma nova estrutura toda montada para não deixar os seus principais valores irem embora.
- Como as atenções estavam sempre voltadas para o futebol de campo, acabávamos perdendo alguns jogadores que se detacavam nas quadras. Agora, o nosso compromisso é manter todos os departamentos interligados para que não haja mais isso - afirma Ivan Proença.
Barcelona é o exemplo a ser seguido
Segundo o supervisor de futsal do Fluminense, o Barcelona é o exemplo a ser seguido no que diz respeito à formação de jogadores. Assim como o clube catalão, o Tricolor quer trabalhar o atleta por etapas, descobrindo os seus potenciais antes de chegar ao profissional.
- No Barcelona, o garoto geralmente passa por várias experiências antes de chegar ao profissional. Uma delas é atuar um período no futsal. Acho isso tudo muito válido e estamos no caminho certo para que esse modelo seja seguido - ressalta.
Fluminense e Imperial firmaram parceria inicialmente até o fim de 2012. Ambos os clubes, unificaram suas estruturas em todas as categorias, utilizando as instalações da agremiação petropolitana para o time profissional e o sub-20.
Em pouco mais um mês de projeto, os resultados vêm agradando ambas as partes. Vice-campeão na Copa Volta Redonda e líder do Carioca, o Tricolor espera resultados mais positivos a longo prazo.
- Começamos o projeto de uma forma até acima das nossas expectativas. Jogamos contra equipes de nível na Copa Gramado e na Copa Volta Redonda e conseguimos chegar à final desta última, o que é muito satisfatório, pois o nosso intuito era apenas dar mais ritmo aos jogadores - comenta Ivan Proença, que frisa mais uma vez que o objetivo em 2012 é preparar o time para a disputa da Liga Futsal 2013.
Fonte: Sportv
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