Aprovado!



Enderson Moreira chegou ao Fluminense na segunda-feira sem nem bem saber que cargo exerceria nos dias seguintes. De auxiliar permanente, em questão horas, passou a técnico, sobretudo depois da desistência de Gilson Kleina. O desafio de assumir o time (enquanto espera por Abel) numa semana em que o Flu jogaria a sua vida na Libertadores e faria um clássico pelo Estadual no fim de semana não o melindrou. Longe disso!

Enderson Moreira teve muita personalidade e inteligência nas escalações e substituições, sempre com propostas ofensivas. A vitória de virada sobre o América (MEX), com elevado grau de dramaticidade, reacendeu a equipe na temporada. Contra o Vasco, que também renascera no clássico contra o Botafogo, o time alternou momentos em que dominou e se deixou dominar, mas ficou evidente o desgaste de alguns jogadores – principalmente os de frente – que ainda acusavam o cansaço da batalha de quarta.

O Vasco também vinha de uma partida marcante diante do Botafogo e não venderia barato a derrota. Felipe e Bernardo (primeiro tempo) se destacaram pelo time de Ricardo Gomes. O meia, filho do ex-atacante Hélio (Flu-1989), como mostrou ótima reportagem do Globo Esporte, chegou a chutar uma bola no ângulo esquerdo do Ricado Berna, que fez bela defesa. Pouco depois, o goleiro tricolor viu uma bomba de Éder Luís morrer em seu travessão.

Como no primeiro tempo, o Flu começou melhor o segundo. Mas também como naquele, viu o Vasco recuperar terreno e assustar o gol tricolor, de novo com Éder Luís, que recebeu livre na área mas finalizou muito mal.

Enderson mexeu bem, colocando Deco (no intervalo) e Araújo, mas, desta vez, as substituições não surtiram o efeito desejado. Faria melhor se não tirasse Souza. Conca esteve irreconhecível e quase entregou um gol de bandeja ao adversário. Em dias assim, apesar de toda a sua genialidade, o melhor é mesmo preservá-lo. Até porque agora o Flu dispõe de outros dois meias de qualidade, Deco e Souza, diferentemente do Brasileiro passado, quando o argentino era o carregador de piano do time.

Digão, que saiu machucado para a entrada de Edinho, e Júlio César, que quase marcou no fim (Prass deu rebote e ninguém aproveitou), estiveram bem em suas respectivas funções. JC esteve mais solto que de costume, fazendo boas jogadas pela lateral.

O empate foi melhor para o Vasco, que se manteve na liderança do seu grupo. Já o Flu, em terceiro no B, está a dois pontos do Botafogo, que fará ainda um clássico contra o Flamengo. O Olaria, com quatro pontos a mais que o Flu (12), é quem tem o caminho mais espinhoso: enfrenta o Vasco na última rodada e faz dois jogos fora, contra Americano e Volta Redonda.

O Flu não joga mais clássicos. Tem, em tese, uma tabela mais favorável. Mesmo não dependendo mais apenas de si, é muito provável que esteja classificado se vencer nas três rodadas finais.

Atenção, galera tricolor! As chances do Fluminense na Libertadores aumentaram consideravelmente depois da madrugada de sábado passado. Ao menos, este é o meu sentimento depois do sonho maravilhoso que tive.

Nele, o Flu, já comandado por Abel Braga, decidia a Taça contra um time paraguaio, fora de casa. Foi delicioso constatar que vencíamos o jogo mais importante da história do clube. Lembro nitidamente da expressão de alegria e emoção do Abelão. Ser campeão pela instituição que formou seu caráter, como costuma dizer, foi demais para ele. Olhos vidrados, sorria largo enquanto assistia à comemoração dos jogadores em campo. Uma vitória categórica por 2 a 0, depois de outra por 4 a 2 no Rio de Janeiro, para não deixar dúvidas sobre o novo campeão da América.

Depois que acordei, lembrei de Muricy, que recentemente disse ter sonhado com Telê. Era, porém, uma outra situação. O Fio de Esperança já reside em outro lugar. Abel ainda está por aqui (e que fique por muito tempo). Muricy jogaria uma decisão no mesmo dia. Atualmente, o time está numa situação delicada no Grupo 3 da Libertadores…

É difícil cravar o significado do sonho. Desejo, premonição? Sobram suposições. Mas certo é que sonhar não custa nada, como diz um samba da Mocidade.

É deixar a mente vagar. E acreditar!

(Arte: Gilberto Zavarezzi)

Duas obras da literatura esportiva serão lançadas nesta segunda-feira (28). De Paulo-Roberto Andel, “Do Inferno ao Céu – A História de um Time de Guerreiros” tem noite de autógrafos, a partir das 19h, na Livraria Arlequim, na Praça XV. No mesmo horário, na Saraiva, do Botafogo Praia Shopping, “Os Dez Mais do Vasco”, de Rodrigo Tevês e Claudio Nogueira.

Sábado agora, será a vez de a gente se encontrar. Estarei nas Laranjeiras, a partir das 11h, para a manhã/tarde de autógrafos de “Do Suave Milagre à Odisseia do Tri – A Espetacular Saga de um Time de Guerreiros”. A obra, que encerra uma trilogia iniciada em 2008, tem prefácio do jornalista Roberto Sander e apresentação do ex-presidente Francisco Horta.

Espero você!

Fonte: Blog do Torcedor - Fluminense


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