Washington: "Eu virei torcedor e hoje sou Tricolor para o resto da vida"


O “Coração Valente” se aposentou dos gramados, mas não quer se aposentar do Futebol, muito ligado ao Fluminense Football Club onde é considerado ídolo pela torcida, Washington deseja voltar ao Fluminense como dirigente muito em breve, atuando no Departamento de Futebol. Em entrevista ao IG Esportes, Washington fala como tem sido a vida após a aposentadoria. O Artilheiro comentou ainda que deseja comandar o Caxias um dia além de voltar ao Fluminense como dirigente, mas não como presidente:

“Presidente, não (risos). É uma responsabilidade enorme. Muita coisa, uma loucura. Mas eu gostaria de um dia trabalhar no departamento de futebol do Fluminense. Presidente, só do Caxias mesmo”,

APOSENTADORIA

“Eu já vinha me preparando para parar no final do ano, mas na pré-temporada eu conversei com a diretoria e achamos que talvez fosse melhor antecipar a decisão. Eu não senti nada, realizei todos meus exames, os resultados foram normais e tinha condições de continuar jogando. Mas o departamento médico do Fluminense mudou também, já tinha uma outra cabeça, um outro pensamento. A partir daí, eu conversei muito com o Celso (Celso Barros, presidente da patrocinadora do clube), com o Alcides Antunes (vice de futebol) e com meus familiares e fui amadurecendo a idéia de parar antes de começar a temporada. Eu sabia que seria difícil pois não estava preparado, mas o momento era importante, o melhor possível e passei a pré-temporada toda pensando nisso. Eu refleti bastante, os chamei e disse que iria anunciar a aposentadoria”.

MUDANÇA DE ROTINA

“Muda tudo, é difícil demais. São vinte anos fazendo a mesma coisa e de repente você percebe que não vai mais fazer aquilo que mais gosta. É complicado. Quando eu tomei a decisão, fui ficar com meu pai em Aracaju e procurei me sentir como se ainda estivesse de férias. Fui à praia e tentei esquecer, mesmo não conseguindo, pois minha cabeça ainda estava lá. Estão sendo momentos difíceis, mas achei que iria sofrer mais. Eu tenho ficado mais com as minhas filhas, ajudando elas com as lições da escola, participando de muitos eventos e isso tem me ajudado. Eu acho que a ficha ainda não caiu. Mas quando eu der uma sossegada, parar e acompanhar mais o futebol e o Fluminense, será bem mais complicado”.

EMBAIXADOR

“É bacana, mas eu ainda não fiz muita coisa. Eu estou até evitando ir aos outros jogos para sofrer menos, mas nos da Libertadores eu estarei presente em todos. Eu vou representar o Fluminense nas viagens, em todas as reuniões e vou fazer a ponte entre os jogadores com a comissão técnica e a diretoria. É mais ou menos a função que o Branco exercia, e muito bem, em 2008”.

IDENTIFICAÇÃO COM O FLUMINENSE

“Por eu me doar em campo e sempre ter demonstrado uma paixão muito grande por aquilo que fazia, sempre me identifiquei com os clubes pelos quais passei. Mas minha relação com a torcida do Fluminense foi diferente. Encaixou, foi como um casamento mesmo, uma coisa que eu não sei explicar. O carinho que o torcedor tricolor tem por mim é enorme. A maior prova disso foi a minha volta ao clube. Quando tive a oportunidade de voltar, não pensei duas vezes. Eu virei torcedor e hoje sou tricolor para o resto da vida. Eu sofro mesmo. No final de semana passado eu quase briguei com uns caras lá em Mangaratiba que estavam vendo o jogo contra o Boavista do meu lado e secando o Fluminense”.

RELAÇÃO COM A TORCIDA

“Minha relação com a torcida do Fluminense foi diferente. Encaixou, como um casamento, uma coisa que não sei explicar. Eu virei torcedor e hoje sou tricolor para o resto da vida. Eu sofro mesmo”.

ARREPENDIMENTO DE TER SAÍDO EM 2009

“Várias vezes eu me arrependi de ter saído do Fluminense. Nem foi pelos problemas que tive no São Paulo, até porque lá também fiz muitos gols. Mas pela identificação com o clube e os torcedores. Sempre que eu podia, assistia aos jogos do Fluminense e torcia mesmo. Em 2009 eu sofri tanto, que até apostei com o Miranda que o Fluminense iria escapar do rebaixamento. Como ele tinha jogado no Coritiba, apostou que o Coritiba não seria rebaixado. Mas eu ganhei a aposta e tirei uma grana dele”.

TÍTULO BRASILEIRO DE 2010

“Seria muito injusto eu parar sem conquistar um título de expressão com a camisa do Fluminense. Foi o maior presente que papai do céu poderia ter me dado. Foi o momento mais marcante e importante da minha carreira. Eu até vivi fases individuais melhores, mas eu queria mesmo era ter um sucesso coletivo e ser campeão. Artilheiro eu já tinha sido em todos os lugares, por isso eu disse que abriria mão dos meus gols pelo título. E foi isso mesmo o que acabou acontecendo. Eu queria dar esse presente para a torcida do Fluminense porque ela merecia. Quando eu perdi aquele gol contra o São Paulo, eu me cobrei muito. O jogo estava empatado e eu fiquei com medo dele fazer falta lá na frente, mas deu tudo certo. Foi à troca que eu fiz”.

PROJETOS

“São vários. Participo de muitos eventos e cuido dos meus negócios. Eu tenho uma construtora no Rio Grande do Sul e estou sempre indo a Brasília para cuidar da minha dupla sertaneja João Pedro e Gabriel. Mais eu ainda quero ser presidente do Caxias. Do Fluminense, não (risos). É muita coisa, uma responsabilidade enorme. Seria uma loucura. Mas tenho vontade de um dia trabalhar no departamento de futebol do Fluminense. Passar minha experiência. Eu tenho um carinho muito grande pelos jogadores e acho que isso seria uma vantagem para mim. Não sei se isso vai acontecer num futuro próximo ou mais para frente, não depende apenas de mim. Eu nunca conversei com ninguém da diretoria sobre isso ainda, mas acho que nessa função de embaixador eu vou ganhar experiência e quem sabe me aproximar de realizar esse desejo”.

BIOGRAFIA

“Eu não revelei isso a ninguém, mas esse é um dos meus projetos. E eu gostaria muito que o Pedro Bial aceitasse o convite para escrever minha biografia. Além de ser um jornalista inteligente e que eu admiro bastante, ele é um tricolor fanático. Eu acho que vai ser uma surpresa para ele também. Meu único receio é que ele não tenha tempo para aceitar o convite por causa de seus compromissos na televisão. Um filme eu já não sei. Nunca pensei nisso e acho que não depende apenas de mim. É um projeto muito mais complicado de sair do papel. Quem sabe um cineasta tricolor não se empolga e compra essa ideia".

Fonte: Pó-de-Arroz

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