Sem espaço no Flu, Rafael se divide entre exemplos de FH e Berna

Terceira opção na posição, goleiro não descarta transferência em busca de oportunidades, mas cita perseverança do titular atual como exemplo.


Esperar uma oportunidade ainda sem data para chegar ou seguir outro caminho e buscar a valorização em um clube onde possa ser titular? Esse é o dilema que vive Rafael com a camisa do Fluminense. Titular em 12 partidas na campanha do título do Brasileirão de 2010, o goleiro tem vivido à sombra da disputa entre Diego Cavalieri e Ricardo Berna pela camisa 1 nas Laranjeiras, e reflete sobre qual o melhor rumo para sua carreira.

Contratado ao Vasco em 2009 para solucionar o antigo problema na meta tricolor, ele teve bom desempenho em seu primeiro ano no clube, como dono da posição na arrancada que evitou o rebaixamento. Os altos e baixos no ano seguinte, porém, o levaram ao banco de reservas e, agora, para a condição de terceiro goleiro. Apesar de incomodado, Rafael evita declarações revoltadas, mas não descarta passar um período longe do Fluminense. Seu grande objetivo é simples: jogar.

- Já pensei bastante em seguir outro caminho juntamente com as pessoas que decidem meu futuro. Apresentamos propostas para o Alcides (Antunes), mas o Fluminense não me deixou sair. Queria estar jogando, lógico. Para sair, tem que ser algo bom para mim e para o clube. Estou triste por nem ir mais para o banco. A torcida sabe do meu caráter e potencial, sigo treinando forte, e vamos ver o que vai ser do futuro. Tudo pode acontecer.

A trajetória de Fernando Henrique, que deixou as Laranjeiras para ser titular do Ceará, é uma inspiração. Procurado por clubes da Série A, como Avaí e América-MG, porém, ele não conseguiu entendimento para que um empréstimo fosse definido. E enquanto permanece no Flu, Rafael segue trabalhando forte, tendo perto um exemplo de quem levou anos quase que no anonimato e hoje é o titular de Muricy Ramalho.

- O Berna é um exemplo. Ele está há mais de cinco anos no Fluminense e nunca tinha tido uma sequência como no fim do ano passado. É um cara que nunca abandonou, sempre trabalhou, sempre foi honesto, e hoje é titular. Fico triste? Fico. Mas tenho que trabalhar. Quando vejo a relação dos jogos e meu nome não está, desanima. Só que tenho que me manter lutando. Não assinei contrato dizendo que tinha que jogar. O Muricy está vendo meu empenho. Se amanhã ele optar pela minha escalação, vou estar pronto.

Com 67 partidas disputadas com a camisa tricolor, Rafael foi sacado da equipe titular no clássico contra o Botafogo, pelo segundo turno, faltando nove partidas para o fim do Brasileirão. Em auto-análise, o goleiro admitiu que seu rendimento em 2010 não foi dos melhores.

- No começo do ano, tive uma contusão e realmente não voltei muito bem. Isso é fase que passa na carreira de todo goleiro. No fim de 2009, vivi uma boa fase. No começo de 2010, não fui bem. Sempre tive tranquilidade quanto a isso. Ninguém quer errar.

Rafael aproveitou para comentar também as cobranças que os goleiros do Fluminense recebem das arquibancadas, que fizeram como “vítima” mais recente Diego Cavalieri.

- Em todo time grande a cobrança e a responsabilidade são fortes. Ainda mais sendo goleiro. No Fluminense é assim. Trabalhamos para caramba, treinamos demais e buscamos o melhor. O clube tem uma escola de goleiro boa, com Castilho e Félix. Pegaram no pé do Fernando Henrique, do Berna, no meu, do Diego, mas futebol é assim. Ninguém está lá para errar. Fazemos o nosso melhor.

Aos 26 anos, Rafael tem contrato com o Fluminense até o fim de 2013.

Fonte: Ge

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