Pai de primeira viagem, Berna celebra em família semana especial

Goleiro recupera camisa 1 do Flu dias após nascimento de Manuela e renova motivação: ‘A responsabilidade é maior, mas a força também’

Quem espera sempre alcança. Poucos jogadores representam com tanta fidelidade a frase, presente no hino do Fluminense, como Ricardo Berna. Trabalhador, ao melhor estilo Muricy Ramalho, ele faz da paciência uma virtude. E mais uma vez foi recompensado. Campeão brasileiro, foi barrado pelo recém-contratado Diego Cavalieri, não esperneou, manteve a seriedade e voltou ao time justamente em uma das semanas mais importantes de sua vida: em que se tornou pai pela primeira vez, da pequena Manuela, que nasceu no último dia 5.

Pai de primeira viagem, o goleiro coroou o momento especial recuperando a camisa 1 tricolor na vitória por 1 a 0 sobre o Madureira, domingo, em Volta Redonda, pela última rodada da fase de classificação da Taça Guanabara. Motivo de sobra para não somente aproveitar em família a segunda-feira de folga, mas também saborear uma semana inesquecível em sua vida.

- Foi uma semana marcante e que não poderia terminar de uma maneira melhor do que voltando a ser titular. Felizmente pude entrar, ajudar o Fluminense a conquistar a vitória e dar alegria ao torcedor – disse o goleiro.

Ao receber a notícia de que tinha recuperado a posição de titular, Berna buscou inspiração na filha para entrar em campo e sair sem ser vazado. Por sinal, foi ele quem defendeu a meta tricolor nas duas únicas partidas em que a defesa saiu invicta na temporada (contra Bangu e Madureira).

- A responsabilidade é maior, mas a força, o ânimo, a energia e a motivação também.

Aclamado pelo torcedor, que estava insatisfeito com Cavalieri, nas arquibancadas do Engenhão durante o empate por 2 a 2 com o Argentinos Juniors, na estreia na Libertadores, quando ainda estava no banco de reservas, o goleiro agradeceu o reconhecimento pelo trabalho realizado ao longo de seis anos nas Laranjeiras e revelou seu grande desejo para 2011.

- Em todas as oportunidades que tive, nunca joguei mais do que 12 partidas consecutivas, e quando saí não foi por deficiência técnica. Gostaria de ter essa sequência.

Goleiro titular na reta final da conquista do Brasileirão do ano passado, Ricardo Berna tem 31 anos e renovou o contrato com o Fluminense por mais três temporadas. Apesar de ainda não pensar em aposentadoria, ele resumiu o sentimento pela relação estreita que criou com o Tricolor:

- Sou muito feliz no clube.

Confira toda entrevista de Ricardo Berna

Semana especial

Foi uma semana marcante na minha vida pelo nascimento da minha filha. E não poderia terminar de uma maneira melhor do que voltando a ser titular. Felizmente pude entrar, ajudar o Fluminense a conquistar a vitória e dar alegria ao torcedor.

Os primeiros dias não foram fáceis. A atenção é redobrada. O bebê só dorme e mama, não se mexe. Fica aquela preocupação: está respirando? O coração está batendo? Coisa de pai de primeira viagem. Uma preocupação normal. Mas a satisfação é enorme, o amor, o carinho. Descobri que é um sentimento incomparável. Só é complicado para dormir, né? Não tem esquema tático para descansar (risos). Busco aproveitar a Manu nos melhores horários possíveis porque tenho que treinar também, né? Para não faltar o leitinho.

Inspiração na filha

Sempre é. A partir de agora, toda vez que entrar em campo não vai ser só pela torcida do Fluminense. Vai ser também pela Manuela, pela minha família. A responsabilidade é maior, mas a força, o ânimo, a energia e a motivação também.

Nome gritado pela torcida contra o Argentinos Juniors

Foi uma situação nova para mim. É até difícil descrever. Em primeiro lugar, vem a amizade que tenho com o Diego. Me coloco no lugar das pessoas. Não é legal receber uma vaia como aquela. Prejudica não só o atleta, mas toda a equipe. Mas também há o reconhecimento do meu trabalho. Acho que tanto o apoio do torcedor quanto a confiança do Muricy foram importantes para meu retorno. Meu pai me ensinou que é importante ter gratidão, e agradeço muito a eles. No momento, no jogo, procurei ficar imparcial. Até porque o mais importante é o resultado do trabalho do grupo.

Saída da equipe

Não queria ter saído, assim como o Diego também não. Mas somos profissionais, e a melhor forma de buscar o espaço é trabalhando. Já frisei várias vezes que estou há seis anos no Fluminense e o número de jogos disputados me incomoda (52). Por outro lado, o tempo que estou aqui mostra o reconhecimento do meu valor como atleta. Em todas as oportunidades que tive, nunca joguei mais do que 12 partidas consecutivas, e quando saí não foi por deficiência técnica. Gostaria de ter essa sequência. Não para provar nada a ninguém, mas para melhorar meus números e confirmar minhas qualidades.

Aposentadoria no Fluminense

Sou muito feliz no clube. Tudo que tenho foi o Flu que me proporcionou. Coloco metas na minha vida, e a última delas era ser campeão com a camisa 1 tricolor. Sou feliz por tê-la realizado. Agora, quero me firmar, melhorar minhas marcas e ser reconhecido mundialmente. Ainda não penso em encerrar minha carreira. Me cuido, trabalho forte com o Victor Hugo (preparador de goleiros) e quero prolongar minha vida útil. Renovei por três anos e tenho a convicção de que vou estar em alto nível após esse período. Quero melhorar cada vez mais.

Fonte: Globo esporte

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