Muricy se cala, e seus comandados culpam "loteria" dos pênaltis

Muricy Ramalho não aceitou falar no gramado, logo após a eliminação na semifinal da Taça Guanabara para o Boavista nos pênaltis. Nos vestiários, se recusou a dar sua entrevista coletiva alegando ter pressa para pegar um avião para São Paulo. Sobrou para seus atletas explicarem a surpreendente derrota, e eles culparam os pênaltis.

Enquanto a maioria dos colegas fugia dos microfones e das perguntas como o seu treinador, Ricardo Berna, que acertou o canto em duas das três cobranças do Boavista, falou em má sorte. "Pênalti é loteria", argumentou o goleiro. "Não temos que falar em nossas falhas. Foi um jogo de igual para igual, os dois times marcaram muito."

Um dos poucos que falou, Diguinho minimizou o rótulo de vexame que pode ser colocado ao tropeço nos pênaltis depois de um empate em 2 a 2 no tempo normal. "Não considero humilhante perder para o Boavista. Eles têm um bom time, tanto que estão na final e não é à toa", elogiou o volante.

Como Muricy não quis falar, coube a Fred, o único a dar entrevista coletiva, contar por que saiu no intervalo, quando o Tricolor vencia por 2 a 1 e ele havia acabado de fazer o segundo gol, para a entrada do meia Souza. O capitão do Fluminense disse entender a alteração defensiva do chefe, que isolou Rafael Moura e complicou as jogadas ofensivas do time.

"Tomei uma porrada na panturrilha e comecei a sentir um incômodo. No intervalo, conversei com os médicos e eles decidiram me tirar por precaução. Foi melhor, porque está muito dolorido, para evitar um problema pior", afirmou o atacante, de olho no confronto de quarta-feira, que recebe o Nacional, do Uruguai, pela Libertadores.

Se Muricy não quis falar sobre a surpreendente eliminação, Alfredo Sampaio, técnico com passagem pelo Vasco e famoso no Rio de Janeiro por sempre comandar algum time sem tradição no Campeonato Carioca, também não deu entrevista. Mas não argumentou pressa por um voo: "É a hora de os jogadores se projetarem", disse.

Fonte: Siga seu time