Tricolores valentes

Fluminense e São Paulo fizeram um dos melhores jogos do Campeonato Brasileiro até agora. Houve lances bonitos, falhas, gols, virada, velocidade, ousadia, gol de goleiro, defesa de pênalti, lance polêmico - enfim, tudo que se espera de um clássico. O duelo de ontem à noite mostrou sobretudo dois aspectos positivos a respeito dos Tricolores, após o 2 a 2: o carioca tem cacife para continuar na ponta, na corrida pelo título, e o paulista enfim deu sinais de recuperação.

Os dois tempos foram distintos. No primeiro, dominou o São Paulo, com postura eficiente de Jean, Rodrigo Souto e Richarlyson, que anularam Deco e Conca, principais articuladores do Fluminense. Que mesmo assim ficou em vantagem, numa jogada de coordenação perfeita e conclusão precisa de Deco. A persistência são-paulina foi premiada com a virada em pouco mais de um minuto -com os gols de Rogério Ceni e de Fernandão (nesse com derrapada terrível do goleiro Fernando Henrique).

O Flu mostrou, na etapa final, por que se mantém na ponta, ao ser incisivo, constante e veloz. Chegou ao empate e só não virou porque Washington desperdiçou pênalti mal marcado pelo árbitro Vuaden e bem defendido por Rogério. A turma de Muricy tem fôlego para seguir no caminho do bi, mesmo com a distância encurtada em relação ao Corinthians (agora apenas 3 pontos).

Morde e assopra. O Palmeiras continua a ser um grande enigma e endoidece o torcedor. Num momento, tropeça na apatia, como aconteceu no meio da semana, na derrota em casa para o Atlético-GO. Em outro, se comporta com a altivez que sua história exige e ganha de virada, como visitante. Ontem, foi a versão atrevida que prevaleceu em Ipatinga, nos 2 a 1 sobre o Atlético-MG.

No início, Felipão cumpriu a promessa feita após a surra de 3 a 0 no Pacaembu e mandou pra campo uma formação mais cautelosa, com a indisfarçável intenção de não perder. Depois de tomar o gol de Neto Berola, no começo do segundo tempo, colocou Tinga e Patrick, soltou a equipe e se deu bem. No entanto, deve agradecer o desempenho incansável de Marcos Assunção e Kléber, não só autores dos gols, mas alma do grupo. O atacante sobretudo deu sangue, como se dizia antigamente, comandou a reação e afunda mais o time de Luxemburgo.

O Palmeiras flana no meio da tabela e depois de amanhã sai de novo, para enfrentar o Fluminense. Qual faceta vai exibir? Difícil saber. É tão imprevisível que pode voltar com mais uma lambada ou, vai entender?, apronta pra cima do líder.

"Parabéns pra você..." O Corinthians teve bela largada na semana do centenário. Começou com a notícia de que terá estádio e que a futura casa abrirá o Mundial de 14. Em campo, a festa ficou para o retorno de Ronaldo, depois de meses de afastamento. O craque foi discreto, porém participativo. Em alguns lances atuou como pivô, tratou de buscar jogo fora da área e apareceu até para interceptar escanteio do Vitória. Aguentou uma hora até pedir água. Indesmentível que continua fora de forma e de ritmo. Inegável seu poder de atração, pois mais de 36 mil torcedores foram ao estádio para aplaudi-lo.

Morna a atuação corintiana - e suficiente para superar o Vitória. Iarley (correu muito, o melhor do jogo) e Paulinho definiram, com gols no primeiro tempo, mas os baianos tiveram chances, deixaram à mostra brechas do meio-campo e da defesa do vice-líder e ainda podem lamentar, com razão, pênalti não marcado de Paulo André sobre Júnior. O Corinthians se firma, com Inter e Santos, como perseguidor do Flu na corrida pela taça. Com risco razoável de queimar língua, desse quarteto sai o campeão.

Efeito seleção. Pato marcou dois gols, Thiago Silva fez um nos 4 a 0 do Milan sobre o Lecce, na abertura do Campeonato Italiano. Ambos ficarão à disposição de Mano Menezes nos treinos em Barcelona. Em compensação, Robinho nem pegou banco na derrota do Manchester City para o Sunderland (1 a 0).


Nossa Opinião: "O goleiro do Fluminense, Fernando Henrique, não falhou em momento algum no jogo e muito menos no gol do Rogério Ceni. Méritos ao Rogério Ceni pela falta muito bem cobrada e méritos também do técnico no São Paulo que ensaio e por sinal muito bem, a jogada com o time.

E no segundo gol se ele não sai e toma o gol iriam dizer: "se o Fernando Henrique tivesse saído não tomava aquele gol." então a falha não foi do FH e sim do grupo." (Vitor Correia)

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