FH cita histórico para responder críticas e diz: ‘Tudo sob controle’

Goleiro lembra que foi titular nos momentos mais importantes do clube na última década, mas admite falha no segundo gol do São Paulo.

As palavras tentam demonstrar frieza, mas a cara mais séria do que a de costume deixam claro que o sempre sorridente Fernando Henrique não gostou nem um pouco das vaias que o perseguiram após o segundo gol do São Paulo no empate por 2 a 2 com o Fluminense, domingo, no Maracanã, pela 17ª rodada do Brasileirão. Há 12 partidas de volta ao posto de titular do gol tricolor, o camisa 1 ainda não perdeu na competição e vivia em alta na montanha russa que dita seu relacionamento com o torcedor. Até se deparar com novo momento de turbulência.

Em uma autocrítica, FH admitiu que errou no lance que originou as vaias, mas deu méritos a Rogério Ceni no primeiro gol do time paulista. Surpreso com a reação do torcedor, ele lembrou a boa campanha da equipe no Brasileirão e disse que não há motivos para que problemas sejam criados.

- O segundo gol foi em uma bola alçada, que o Fernandão estava sozinho e eu falhei. Errei por não me omitir. Não alcancei a bola e ele fez o gol. Já o primeiro foi uma felicidade do Rogério Ceni. Tinha muita gente na frente. Em outras cobranças, peguei. Nessa, não. Mérito dele. O que é preciso entender é que o Fluminense não perdeu o jogo. Estamos há 14 jogos invictos. Não há motivo para preocupação. Estamos todos muito bem. Estou aqui há 10 anos, e é a melhor fase do clube. Está tudo sob controle. O torcedor tem que ter calma.

Para Fernando Henrique, o torcedor não deve criar herói ou vilão diante de cada resultado do Tricolor, e as vaias só servem para prejudicar o desempenho da equipe.

- O time não se comportou bem no primeiro tempo, a verdade é essa. No segundo, fomos bem. Tivemos a oportunidade de virar, mas infelizmente o Washington não fez o gol. Mas é assim mesmo. Futebol é coletivo. Não tem motivo para colocar a culpa em A, B ou C. Não estamos ganhando há 14 jogos? Eu ajudei, o ataque ajudou, a defesa... Todo mundo. Não temos que apontar o dedo para ninguém. Não adianta vaiar. Isso só vai atrapalhar.

O goleiro comentou também as críticas recorrentes que recebe do torcedor. Ciente de que há parte dos tricolores que não aprovam seu futebol, o goleiro citou os números para comprovar que vive um bom momento.

- Nem Deus agradou a todos, não é o Fernando Henrique que vai agradar. Mantenho minha consciência tranquila, e contra fatos não há argumentos. Essa é a verdade. Estou há 12 jogos na equipe, tenho boas médias, o time não perde desde que voltei e vivo uma das minhas melhores fases. Quem vaia é uma minoria dentro da torcida maravilhosa que o Fluminense tem. Mas isso não é motivo de raiva para mim. Capacidade e personalidade eu já provei que tenho. Não é à toa que estou aqui, jogando novamente.

Presente em uma lista de goleiros que sofreram com a pressão dos torcedores, que envolve nomes como Wellerson, Murilo, Diego e até mesmo seu reserva Rafael, Fernando Henrique voltou a usar o próprio histórico como arma de defesa e lembrou que esteve presente nos momentos mais marcantes do clube na última década.

- Acho engraçado. Alguns vaiam, alguns ficam esperando os erros do Fernando, mas basta olhar os números. Tenho 260 jogos pelo clube (marca que será atingida contra o Palmeiras), estou no profissional desde 2002 e, entra goleiro e sai goleiro, quem joga na maioria das vezes sou eu. Quando o Fluminense ganhou a Copa do Brasil, eu que jogava. Em uma das melhores fases do clube, na Libertadores de 2008, era eu. Neste fase atual, quem joga sou eu. Então, acho que não tem que ter essa pinimba comigo. Não adianta. É preciso ter tranquilidade.

Com Fernando Henrique no gol, o Fluminense encara o Palmeiras, quarta-feira, às 21h50m (de Brasília), no Maracanã, pela 18ª rodada do Brasileirão. Na partida, o goleiro completará 260 jogos pelo clube tricolor.

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