Marcos Carneiro de Mendonça



O melhor goleiro do futebol amador
Marcos Carneiro de Mendonça foi o primeiro goleiro da Seleção Brasileira e detém até os dias atuais o título de goleiro mais jovem a ser selecionado, pois tinha 19 anos quando de seu primeiro jogo, contra o Exeter City, da Inglaterra em 21 de julho de 1914. Foi titular por nove anos, conquistando os campeonatos sul-americanos de 1919 e 1922.

Marcos começou a sua carreira no time do Haddock Lobo, com a fusão com o America passou a defender o time rubro, onde foi campeão carioca de 1913. Tinha 1,87 m.

Estreou pelo seu primeiro clube, justamente contra o Fluminense, clube ao qual dedicaria grande parte de sua vida, ainda em 1910.

Assim como dezenas de sócios e atletas do America, descontentes com a diretoria, Marcos se transferiu para o Fluminense em 1914, tendo sido seu goleiro titular até 1922.

Em 127 jogos pelo Flu, sofreu 164 gols e foi tricampeão carioca em 1917/1918/1919.

Foto: Sou mais Flu
Empresário que atuou à frente da Usina Esperança, passou pela Usina Queiroz Júnior e após encerrar a sua bem sucedida carreira empresarial, adquiriu a biblioteca e coleção de documentos que pertenceram a D. António de Almeida Soares Portugal (1699—1760), 4.° Conde de Avintes, filho do anterior. Foi feito Conde de Lavradio e mais tarde Marquês de Lavradio, passando a se dedicar à escrever e pesquisar. Pesquisador incansável, gostava de se apresentar não comohistoriador, mas como heurista. Foi presidente do Fluminense F.C., conquistando como dirigente, o bicampeonato carioca em 1940/1941.

Casado com a poetisa Anna Amélia Carneiro de Mendonça, pai da crítica teatral Bárbara Heliodora, uma das maiores especialistas em Shakespeare do país, falecida em abril de 2015.

O Historiador

Como historiador, Marcos Carneiro de Mendonça foi membro do IHGB - Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e criador do Centro de Estudos e Pesquisas Históricas (CEPH). Marcos dedicou parte de sua vida à pesquisa sobre o século XVIII no Brasil e especializou-se no período do Marquês de Pombal e seu irmão Francisco Xavier de Mendonça Furtado e as ligações destes com o Brasil.

Sua biblioteca, com cerca de 11 mil volumes, incluía obras dos grandes viajantes Rugendas, Debret, Maximilian Von Wide, uma coleção Brasiliana completa e ainda 7 mil documentos inéditos, adquiridos dos descendentes do marques de Lavradio, acervo que hoje se encontra na Academia Brasileira de Letras.

Foto: Futebolnacional.com.br
Pesquisador reconhecido, publicou, entre outros, os seguintes títulos: O Intendente Câmara (1933), O Marquês de Pombal e o Brasil (1960), A Amazônia na era pombalina (1963), Erário Régio (1968), Raízes da formação administrativa do Brasil, séculos XVI – XVIII (1972), Aula do Comercio (1982), A Independência e a Missão Rio Maior (1984), Rio Guaporé, Primeira fronteira definitiva do Brasil (1986), Século XVIII Século Pombalino no Brasil (1988), pesquisas que desenvolveu em sua biblioteca, as ultimas de 1982 a 1988, à frente de uma equipe patrocinada pela Xerox do Brasil, que tinha como coordenador o professor Elmer C. Corrêa Barbosa. Todas estas pesquisas resultaram em livros publicados com o selo da empresa patrocinadora e integram a coleção Biblioteca Reprográfica Xerox, todas as edições esgotadas.

Foi membro também do Conimbricensis Institute, da Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro, dos Institutos Históricos de Minas Gerais, Petrópolis, Niterói e Guarujá e do Centro de Estudos da Marinha, de Portugal, tendo sido presidente da Sociedade Capistrano de Abreu.

Ficha Técnica:

★ 25/12/1894 ✝ 19/10/1988

Nome Completo: Marcos Cláudio Philippe Carneiro de Mendonça
Local de Nascimento: Cataguases, MG
Posição: Goleiro (Goalkeeper)
Período: 1914-1928
Jogos: 127
Principais Títulos: Campeonato Carioca 1917, 1918, 1919

Seleção Brasileira
Jogos: 15
Títulos: Campeonato Sul-Americano 1919, 1922

O goleiro aristocrata é lembrado ainda pela fitinha roxa com que amarrava o calção e que, presente da sua musa Ana Amélia, servia-lhe de amuleto. Primeiro goleiro da história da seleção brasileira e primeiro na enorme lista de especialistas na posição consagrados no Fluminense. Um dos maiores nomes do futebol brasileiro na era amadora, ídolo do cronista tricolor Nelson Rodrigues: “Enquanto a guerra povoava a Europa dos mortos em flor, Marcos Mendonça (meu herói) enchia minha infância”. Foi presidente do Fluminense entre 1941 e 1943.