Flu mantém nome de Celso no CT, e impasse com governo adia obras

 O fim da parceria com a Unimed provocará nova realidade financeira no Fluminense. Com a necessidade de controlar despesas, nenhum novo grande investimento será feito pelo clube. E, neste sentido, injetar dinheiro no projeto do futuro Centro de Treinamento está totalmente fora de questão. A obra, então, volta a depender de um acordo com o governo do estado do Rio de Janeiro, algo sem previsão, e que coloca em risco a ideia de inauguração antes dos Jogos de 2016. O que não mudará é o nome de batismo: Celso Barros. 

A relação do presidente da cooperativa de médicos com o clube, iniciada em 1999, primeiro ano da parceria, não será apagada. A direção do presidente Peter Siemsen reconhece nele um grande tricolor. A decisão unilateral de encerrar o patrocínio, cujo contrato acabaria ao final de 2016, não provocará nenhuma reação. A homenagem está mantida. 

Situação bem diferente quando o assunto é o andamento das obras. Lançado há nove meses, o projeto, que colocaria fim às reclamações de jogadores sobre a falta de estrutura, sequer saiu do papel. E o tempo para respeitar o cronograma, deixando as instalações disponíveis para as Olimpíadas e Paraolimpíadas, é escasso: faltam 602 dias para as competições, e a construção levaria 635 dias. 

- Trabalhamos com o pior cenário ao fazer as previsões. Está apertado inaugurar para os Jogos Olímpicos, mas ainda é perfeitamente viável - garante o vice-presidente de projetos especiais do Flu, Pedro Antônio Ribeiro da Silva.

Mas qual o motivo da demora? A dificuldade de aterrar o terreno, cedido pela prefeitura em março do ano passado. Com cerca de 40 mil m², fica localizado na esquina da Avenida 8 com Avenida 1, próximo à Escola Sesc, em Jacarepaguá, uma área de mangue. Ao custo de R$ 22 milhões, metade do empreendimento, algo inviável no orçamento do clube, estava estimado para começar em abril. Desde que rochas e areia das escavações do metrô fossem cedidas ao clube. Estas tratativas com o governo estadual não avançaram. Assim como a ideia de conseguir doações de material ou de recursos para tal. A estabilização demora nove meses. Depois, a construção é estimada em um ano. O clube, ao menos, avançou na parte burocrática. Tem todas as licenças. 

- Há muitas burocracias para esse tipo de obra. Pode não ser terminado na minha gestão (acaba ao final de 2016), mas vamos começar o trabalho em breve. Quando comecei, não tinha terreno. Hoje temos terreno, licenças. Se o clube não estivesse tão endividado quanto estava no começo da minha gestão, talvez, a obra poderia ter começado - alega Peter. 

O material a ser utilizado para aterrar o local do futuro CT viria das obras da Linha 4 do Metrô que, no entanto, não é dona destes entulhos - a responsável pelo objeto de desejo da diretoria tricolor é a União.

"Sobre o material proveniente das escavações, ele é classificado conforme Resolução Conama nº 307/2002 e, desde o início da obra, em junho de 2010, está comprometido para recuperação de área ambiental degradada. Vale destacar que a obra da Linha 4 do Metrô está licenciada pelo Instituto Estadual do Ambiente (INEA), órgão ambiental vinculado à Secretaria Estadual do Ambiente. Também possui Declaração de Dispensa de Título Minerário, emitida pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). Esta declaração determina que o material escavado, que é da União, seja levado para local devidamente licenciado pelo órgão de controle ambiental (INEA). A EMASA Mineração está licenciada para receber os resíduos provenientes das escavações da Linha 4". 

O projeto prevê a construção de três campos, sendo dois deles com medidas oficiais, caixa de areia, duas quadras de vôlei de praia, piscina de 25 metros, academia, departamento médico, dormitório com 68 quartos (alguns para dois jogadores e outros individuais), alojamento para a comissão técnica, sala de imprensa, área de lazer para os jogadores com piscina e churrasqueira, três estacionamentos e ainda uma área destinada à administração do local. A primeira versão, cujo custo era de R$ 13 milhões, foi mudada pela gestão de Peter Siemsen. Apresentada em 11 de março, em cerimônia nas Laranjeiras, com o presidente, Pedro Antônio e o então vice de futebol Ricardo Tenório, a nova versão é a que será construída. Mas até agora não saiu do papel: o local continua sem ruas de acesso e a espera de máquinas e operários.

Fonte: Ge
Texto: Diego Rodrigues e Hector Werlang
Fotos: Divulgação

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