Nova eleição? Flu acabou de reeleger presidente, mas observa outro pleito

A eleição do Fluminense que manteve Peter Siemsen na presidência aconteceu há pouco mais de dois meses, mas outra votação no dia 25 de fevereiro pode redefinir toda a realidade tricolor por, pelo menos, os próximos quatro anos. Há 15 anos no comando da parceira do clube Unimed Rio, Celso Barros terá pela primeira vez oposição pelo cargo máximo da empresa. Torcedor da equipe, o empresário é apontado como grande entusiasta do grande investimento nas Laranjeiras. 

O tamanho do investimento estimado em R$ 70 milhões pelo candidato da oposição, o cardiologista Claudio Salles, é alvo das principais críticas da chapa que enfrentará Celso Barros daqui a pouco menos de um mês em votação da qual participam os mais de cinco mil cooperados da Unimed Rio. Se ganhar a eleição, Cláudio promete cortar gastos e revisar os contratos com jogadores do Tricolor, como Fred e Conca, além do técnico Renato Gaúcho. A própria continuidade do compromisso não é certa em caso de vitória da oposição.

"Quando assumirmos a presidência da Unimed-Rio, nossa proposta é rever todos os contratos de patrocínio dentro do esporte, e analisar a melhor solução. Manter o patrocínio ou não vai depender de muitas coisas, inclusive dos patrocinados aceitarem nossas condições", disse Cláudio Salles, de 49 anos, ao UOL Esporte.

O motivo principal para a insatisfação dos oposicionistas com o investimento aplicado no Fluminense. A chapa batizada de 2ª Opinião não quer que o time pague jogadores, treinadores ou funcionários do Tricolor, o que corresponde à maior parte deste valor. Para Cláudio Salles, o montante poderia ser menor e melhor dividido entre outros patrocinados.

"O valor investido hoje é muito alto. Poderíamos conseguir a mesma exposição, ou até mais, com valores muito mais baixos que esse. Com esse valor atual, para mensurar, seria possível manter inserções diárias de filmes publicitários de trinta segundos nos intervalos do Jornal Nacional, no horário nobre da TV Globo, durante um período de oito meses ininterruptos", argumentou Salles.

O candidato oposicionista projeta com otimismo a participação de sua chapa no pleito. O grupo obteve 44% dos votos na eleição para o conselho fiscal da cooperativa no ano passado, quando a movimentação aconteceu em cima da hora e sem a mesma organização prometida para este ano. Para Cláudio Salles, o principal erro de Celso Barros no patrocínio ao Fluminense é a participação direta e constante na vida das Laranjeiras.

"Você vê o presidente da Caixa Econômica ou da Peugeot no Ninho do Urubu? O presidente da Viton 44 em General Severiano? Não vê, porque eles são presidentes de empresas que patrocinam o Flamengo e o Botafogo, e se preocupam somente com elas. Quem cuida dos clubes são os respectivos presidentes, o Eduardo Bandeira e o Maurício Assumpção", criticou. "A falha é deixar uma paixão pessoal ficar tão aflorada ao ponto de confundir as coisas", complementou.

"Essa questão envolvendo Fluminense e STJD [Superior Tribunal de Justiça Desportiva) também respingou na Unimed-Rio. Torcedores de outros times fizeram campanhas em redes sociais para que todos cancelassem os planos de saúde. A página da cooperativa no Facebook recebeu diversos comentários maldosos, como se a Unimed tivesse se envolvido financeiramente nessa questão. Isso tudo é ruim para a marca, e acontece justamente por conta dessa exposição em que ele mesmo se coloca", contou o oposicionista.

Além da parceria com o Fluminense, outras questões participam da pauta de campanha de Cláudio Salles, como o patrocínio a um camarote na Marques de Sapucaí durante o Carnaval, além de questões trabalhistas dos próprios médicos cooperados. Mesmo com tantas reclamações, a definição do pleito deve acontecer por detalhes: "Pode ser que o Celso Barros ganhe, ou nós, mas acredito que será uma disputa apertada", encerrou Cláudio.

Fonte: Terra