Flu anunciou solução para penhoras há 3 meses, mas cadê as certidões?

Exatos três meses após anunciar a solução de seus problemas fiscais com a volta à Timemania, o Fluminense segue sem as certidões negativas de débito que lhe trariam a tranquilidade financeira. Além disso, o Tricolor ainda não conseguiu destravar receitas que estão bloqueadas pela Fazenda Nacional desde o começo do ano passado.

Com isso, o Fluminense segue sem ter acesso a projetos de incentivo fiscal e também ameaçado pela possibilidade – ainda que bastante remota – de retorno das penhoras, que são apontadas como principais culpadas pela queda do Tricolor no campo no último Campeonato Brasileiro. O clube atrasou salários durante o ano passado e teve de se desfazer de atletas como Wellington Nem e Thiago Neves.

Inicialmente, o atraso aconteceu por causa da intensa agenda do Advogado-geral da União Luís Inácio Adams e, depois, da disputa jurídica no STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) pela permanência na Série A que ocupou as atenções do Tricolor por quase um mês. O Tricolor também teve de esperar o fim do recesso de final de ano para retomar as negociações com a AGU (Advocacia Geral da União), o que aconteceu somente na última semana.

A previsão agora é que o processo seja concluído antes do dia 15 de fevereiro. O Fluminense encaminhará sua proposta final para o parcelamento da divida com a Fazenda Nacional na próxima semana e espera uma resposta positiva venha rapidamente, até por estar tratando os termos em conjunto com a AGU.

O período de parcelamento da dívida com a Fazenda Nacional deve ser de cinco anos. O Fluminense se baseou no acordo da instituição com o Vasco fechado recentemente para determinar o prazo de sua proposta. Já o valor mensal é mantido em sigilo para não prejudicar as negociações, mas deve girar em torno dos R$ 2,5 milhões.

"Caso a nossa proposta seja aceita, teremos as certidões em seguida", explicou o assessor da presidência do Fluminense, Jackson Vasconcellos. "Eles vão aprovar a nossa proposta ou não, mas é algo está sendo discutindo em conjunto, então estamos otimistas", complementou.

A solução dos problemas fiscais do Fluminense chegou a ser anunciada no dia 31 de outubro e foi utilizada por Peter Siemsen como trunfo na campanha eleitoral que resultou em sua reeleição no dia 23 de novembro. A assinatura do refinanciamento das dívidas aconteceria no dia 29 de novembro, mas acabou sendo paralisada por outros fatores.

Como tem exclusividade com a Unimed Rio, a tendência é que o Fluminense utilize as certidões negativas de débito apenas para projetos de incentivo fiscal em esportes amadores e nas categorias de base. O fim definitivo das penhoras, no entanto, pode ser usado como trunfo para uma rediscussão no atual modelo de parceria com a cooperativa de saúde, que já dura 14 anos.

Fonte: Terra