Depois de quase voltar para Cáli, Valencia tem fim de 'férias' no Flu


Um "hombre" boa praça e confiante, mas ao mesmo tímido e comedido com as palavras quando o gravador é ligado. Um colombiano admirado pelo Brasil, mas também com saudade da sua terra natal. Cáli, onde nasceu, quase virou refúgio para o período em que o sorriso de Edwin Valencia virou apreensão, desconfiança, medo. Passou 2013 enclausurado no departamento médico. A panturrilha direita não seguia a sua própria vontade de jogar e poder mostrar à torcida do Fluminense que ainda está pronto para atuar pelo time, e mostrar para o seu povo que pode defender a seleção local na Copa do Mundo deste ano. 

Nessas horas, passa tudo pela cabeça. Entre abril e novembro passados, as idas e vindas com lesões na panturrilha fizeram o volante pensar, repensar, quase sair, mas receber nas palavras da esposa Neyce o conforto: era preciso ficar no Brasil. 

- Quando aconteceu a segunda lesão na panturrilha, fiquei pesando com a minha esposa em voltar para a Colômbia. Esse foi o pensamento, mas, graças a ela, consegui ficar no Fluminense. Fiquei triste, chateado, querendo jogar, mas não dava. Aí queria ficar perto da família e tinha decidido voltar. Mas graças a ela consegui ficar.

O período ausente o fez ficar fora de foco. O técnico Renato Gaúcho, contratado em dezembro, sequer lembrava que o colombiano ainda integrava o elenco. Mas, ao escalá-lo como titular, devolveu a confiança, sem deixar de brincar com o comandado.

- O cara (Renato Gaúcho) fica brincando toda hora. Fala que fiquei de férias quase um ano, que está na hora de jogar. Aí eu falo: "Não foi um ano, foi um ano e dois meses." A gente fica brincando, mas ele sempre tenta me ajudar, pergunta se estou bem para as partidas, e fico feliz pela atenção que ele me dá. 

A imagem maculada de bichado, porém, circulou entre os tricolores. Não chegou a Valencia em forma de crítica direta. Ele sabe o que significa. Mas o papo de arquibancada ficou na arquibancada. Entre a torcida, a imagem era de um "jogador de vidro", o que pode ser apagado na temporada em que o atleta de 28 anos luta disputar a primeira Copa e volta a ter uma sequência no clube - ele atuou como titular nos três últimos jogos do Campeonato Carioca. 

- O ano de 2013 passou, tem que esquecer isso. Agora, graças a Deus, comecei jogando nas últimas três partidas e vou fazer de tudo para não me machucar e retribuir o apoio.

Fonte: Globo Esporte