Jornalista: 'A situação do Fluminense é o retrato fiel de uma gestão torta'

A situação de Vanderlei Luxemburgo, que balança no cargo de técnico do Fluminense é um dos frutos da situação política instável do clube. No "Redação SporTV"  o jornalista Carlos Eduardo Mansur afirmou que esta situação se deve ao duplo comando tricolor, em que as opiniões do patrocinador e da presidência têm peso nas decisões.
 - É o retrato fiel de um clube com uma gestão torta, por que quem ocupa o cargo e, em tese, foi eleito e colocado lá para decidir, não se reconhece no direito de decidir. Porque você precisa consultar o patrocinador, saber do gosto do patrocinador, quase que obter uma autorização para que ele permita determinadas decisões que, em tese, são estratégicas do clube - afirmou o jornalista de O Globo.

Segundo Carlos Eduardo Mansur, este tipo de situação pode inclusive ter repercussões na temporada que vem e afetar o comando executivo tricolor.
 - Eu imagino por exemplo o Rodrigo Caetano, que é o executivo de futebol do Fluminense, que se vê no meio de um fogo cruzado como se tivesse dois patrões. Aliás, isso é uma das coisas que me faz acreditar piamente que ele não continuará no Fluminense no ano que vem, porque por onde passou sempre esteve acostumado a ter delimitadas claramente quais eram as suas atribuições e qual orçamento que ele ia gerir e hoje trabalha num clube que não se sabe sequer o orçamento - disse Mansur.

Para o jornalista isto denota falta de planejamento do clube das Laranjeiras e acaba criando uma instabilidade do clube, que em um ano disputa o título e no ano seguinte tenta fugir da zona do rebaixamento.
 - A gangorra que o Fluminense tem, em termos de desempenho a nível nacional, nos últimos anos é o retrato de um clube que não tem a menor noção do orçamento que ele vai gerir ao longo de um ano. Ele vive nos extremos na tabela do campeonato brasileiro, porque a fonte faz jorrar dinheiro em um momento e faz secar no outro, sem que o clube tenha uma noção - afirmou ele.
Mansur questiona ainda a falta de contratações de reforços, que obriga Luxemburgo a apelar às divisões de base para escalar a equipe.

 - Qualquer clube do Brasil que negociasse Thiago Neves e Wellington Nem, só para pegar esses dois nomes, pelo valor de mercado que eles tinham no momento, teria pelo menos condições de ir ao mercado e trazer um jogador de reposição. E mesmo que o Fluminense tenha sofrido muito com lesões, o que é uma verdade e o Vanderlei vem enfrentando esse problema diariamente, você teria pelo menos uma peça a mais para trabalhar, e não teria que escalar o time cheio de garotos, como o Fluminense teve que fazer - encerrou Mansur.

Fonte: Globo Esporte