Conversa, observação e semblante preocupado: a manhã de Luxa no Flu

Um Vanderlei Luxemburgo bem diferente do usual foi visto na manhã desta quarta-feira, nas Laranjeiras. Nada dos gritos comuns nos treinamentos e nem cobranças enérgicas individuais ou coletivas que costumam ser ouvidas de qualquer ponto das Laranjeiras. Em vez disso, muita conversa, observação e bate-papo com um semblante ora sereno, ora preocupado. O treinador foi o retrato fiel do momento de indefinição sobre seu futuro. Apesar de ter recebido um telefonema do presidente da Unimed, Celso Barros, o tranquilizando, ninguém no clube se pronunciou oficialmente sobre a permanência ao menos até o clássico de domingo, contra o Flamengo.

O treino estava marcado para 10h. Às 9h25m, Luxa chegou ao clube e, de longe, acenou para a imprensa. O preparador físico Antônio Mello já estava no vestiário quando o treinador entrou. Pouco depois, Mello foi a campo e conversou com os jogadores que esperavam o início da atividade. Às 10h10, o técnico apareceu, falou com alguns atletas e ficou apoiado na trave conversando com o roupeiro Denílson, enquanto o auxiliar Junior Lopes conversava com parte do elenco antes de o treinamento tático começar. Em nenhum momento, Luxa passou algum tipo de orientação.

Dez minutos após a bola rolar, Luxa caminhou lentamente e se sentou no banco à beira do campo. Após bate-papo rápido com o supervisor Rodrigo Henriques, ele conversou com Wagner, que apareceu em campo pela primeira vez ainda com uma proteção no ombro esquerdo mas, mesmo assim, entrou para disputar a atividade tática. O treinador também trocou ideia individualmente com Felipe antes de o treino reiniciar.

A atividade em campo reduzido durou mais 20 minutos. Assim como na primeira parte, Luxa não fez qualquer tipo de intervenção. Conversou bastante com o preparador de goleiros André Carvalho antes de Junior Lopes apitar o fim do treino. Exatamente uma hora após pisar no gramado, o treinador foi ao vestiário e de lá só saiu para ir embora para o hotel onde o time ficará concentrado até o retorno para o treinamento desta tarde, novamente nas Laranjeiras.

Apesar da falta de cobranças enérgicas, Rafael Sobis disse que a maneira de Luxemburgo comandar os jogadores não mudou em nada. O atacante garantiu que todos estão tranquilos em relação ao treinador.

- Vocês viram quem estava lá dando instruções. É assim que penso que vai ser até pelo menos o fim da semana. Pelo que, sinto nada mudou. Esta é a forma de ele trabalhar. É um treinador que observa bastante e esta não foi a primeira vez - afirmou Sobis.

Nenhum membro da cúpula de futebol acompanhou a atividade. O gerente Marcelo Teixeira chegou ao clube pouco depois de Luxa, mas não apareceu em campo. O diretor Rodrigo Caetano também não marcou presença no campo.

O clube não se pronunciou oficialmente. Internamente, porém, a insatisfação do presidente Peter Siemsen, que quer sua demissão, é grande. Enquanto nada se definde, Luxemburgo segue sua rotina. Sempre um dia de cada vez. Mas sem saber como será o futuro.

Fonte: Globo Esporte