Flu expõe bastidores e usa edição para não repetir polêmica com Bota

Após uma polêmica com o Botafogo envolvendo vídeos de bastidores, o departamento de marketing do Fluminense aposta atualmente em exibir filmagens semelhantes na internet em curtas. Em fevereiro deste ano, durante o Campeonato Carioca, o Tricolor se revoltou com as palavras ditas pelo técnico Oswaldo de Oliveira no vestiário e exibidas na rede pelo clube de General Severiano.

O vídeo produzido pelo Botafogo gerou polêmica por conta das expressões fortes usadas pelo treinador alvinegro. Em certo momento, ele clamava para que seus jogadores fossem "pra cima dos putos", numa referência aos jogadores do Fluminense. O treinador se referia a uma confusão envolvendo Seedorf e Valencia no final da partida com o Tricolor pela terceira rodada da Taça Guanabara. 


Apesar da semelhança entre os projetos, o Fluminense não vê nada de errado em expôr seus bastidores. O então treinador do time das Laranjeiras, Abel Braga, foi um dos mais indignados. Hoje, o técnico Vanderlei Luxemburgo é uma das principais estrelas dos vídeos que têm feito relativo sucesso no canal tricolor de vídeos.

A audiência de cada edição atinge 10 mil visualizações, em média. Uma das principais atrações é a forma "crua" como o vestiário é exibido. Ainda assim, o Fluminense diz que edita momentos que possam gerar problemas parecidos com o acontecido com o Botafogo.

"Não temos medo que aconteça alguma polêmica daquele tipo. Se tiver alguma coisa que julgarmos que seja prejudicial a imagem do clube, vamos editar. Temos uma política de respeito pelas pessoas e instituições", explicou o vice-presidente de marketing do Fluminense, Idel Halfen.

Os palavrões ditos por Vanderlei Luxemburgo no vestiário, no entanto, passam batidos pela edição do departamento de marketing do Tricolor. Assim como o treinador, o clube considera normal o uso destas palavras no meio do futebol.

"Quanto aos palavrões, vamos ver de acordo com a ocasião se podemos deixar. Não dá para achar que no esporte vamos ter algo limpo, sem palavrões. Se não for ofensivo, vamos usar. Se não for algo grotesco e chulo, não vemos problemas. O vestiário não é um conclave. Estamos filmando uma preleção, sai palavrão de vez em quando. Não adianta ser hipócrita", argumentou Halfen.

Mesmo evitando irritar os adversários, o responsável pelo departamento de marketing do Fluminense preferiu não condenar a divulgação das imagens por parte do Botafogo. A postura difere dos atletas do clube, que, na época, ficaram revoltados com a atitude alvinegra.

"Tenho por filosofia não julgar outros departamentos de marketing. Cada clube tem sua filosofia de trabalho ou objetivos. Não posso julgar se foi legal ou não sem saber os objetivos. Assim como ditos especialistas nos incomodam ao julgar nosso trabalho. Como vou reprovar o que o Botafogo fez, se não sei o objetivo", minimizou Halfen, que avaliou positivamente a recepção dos vídeos por parte dos torcedores do Fluminense.

"Tem sido uma coisa bastante interessante a recepção por parte do torcedor. Estamos sempre avaliando o mercado e vendo o que o torcedor gosta. Tem tido uma repercussão muito grande. Aumenta o acesso do site em função disso", concluiu.

Botafogo encerra programa com bastidores após polêmica

Enquanto o Fluminense acelerou o uso de vídeos de bastidores nos últimos meses, o Botafogo diminuiu bastante o uso de publicações do tipo. O Alvinegro encerrou o programa "Conteúdo Único" após o fim do Campeonato Carioca, poucas edições após a polêmica filmagem. Segundo o clube de General Severiano, o fim do projeto já vinha sendo estudado antes do episódio.

"Aquele formato já vinha sendo reavaliado quando aconteceu a questão com o Fluminense. Não desistimos de fazer vídeos de bastidores, estamos apenas em um processo de reformulação para manter a atratividade do programa. Antes daquele formato, tivemos outros. A tendência é essa, que o projeto volte num futuro, mas com outra cara", disse o gerente de comunicação do Botafogo, Carlo Carrion.

O vídeo que causou a polêmica com o Fluminense foi o antepenúltimo a ser lançado e o segundo mais visto entre os 13 do programa "Conteúdo Único", que teve cerca de 55 mil acessos, grande parte deles causados pelas palavras agressivas usadas por Oswaldo de Oliveira. O mais visualizado foi da conquista da Taça Guanabara, com pouco mais de 100 mil espectadores.

Fonte: UOL