Fã de Fred, jornalista japonês vira sensação em Mundial de judô no Rio


Poucas referências ao futebol são vistas no Maracanãzinho durante o Mundial de judô. Camisas de clubes e bandeiras são artigos raros nas arquibancadas. Uma das poucas exceções vem de um improvável personagem: o jornalista japonês Abe Jumpei, da TV Tokyo, que ostenta com alegria um casaco do Fluminense durante os dias de competição.

Fã do centroavante tricolor Fred, o jornalista não fala sequer uma palavra de português e tampouco inglês. Após sofrer com o frio gerado pelo ar condicionado do Maracanãzinho, Jumpei contou com ajuda do voluntário Alexandre dos Santos para comprar um casaco do time das Laranjeiras.

"No primeiro dia do Mundial, ele estava sentindo muito frio e não tinha um casaco. Acabei levando ele numa loja próxima para que ele comprasse um. Ele queria o do Flamengo, mas não tinha do tamanho certo e ele acabou escolhendo o do Fluminense", contou o voluntário, estudante de jornalismo.

A escolha inusitada pelo casaco fez com que o jornalista virasse alvo de assédio no Maracanãzinho. Ele tem sido abordado por torcedores do Fluminense que trabalham na organização do evento. Mas a comunicação é atrapalhada pela barreira da linguagem.

"Acabamos nos comunicando por sinais. Ele brinca que as pessoas não param de falar com ele por causa do casaco. Disse que foi ao Maracanã só duas vezes para ver o Flamengo. Sou Botafogo, mas nem tentei convencê-lo. Ele queria mesmo o do Fluminense", explicou o voluntário.

Auxiliado por uma companheira de trabalho, Jumpei explicou que gosta de futebol e queria uma lembrança de um time brasileiro. O jornalista não trouxe nenhum casaco de sua terra natal, por isso usa o uniforme do Tricolor das Laranjeiras em todos os dias de disputa.

Jumpei é um dos muitos jornalistas japoneses que participam da cobertura do Mundial de judô. País de origem do esporte e principal potência na modalidade, o Japão conta com um verdadeiro batalhão de repórteres no Maracanãzinho, em quantidade só comparável aos brasileiros.

Fonte: UOL