Marcão, o antigo camisa 5 do Flu, pode voltar pro Tricolor

O projeto de ter um auxiliar técnico fixo começa a ganhar forma no Fluminense. E o nome mais cotado para assumir a função é um ex-jogador do clube que teve experiências recentes como treinador de Bangu, Bonsucesso e River-PI e auxiliar de Waldemar Lemos no Sport. Com 397 partidas (de 1999 a 2006) pelo Flu como atleta, Marcão sonha em voltar a viver o dia a dia nas Laranjeiras.

Uma reunião com o presidente Peter Siemsen está marcada para a próxima semana. Ele ainda não sabe se o assunto será realmente sobre o possível convite para o cargo, mas já vive com ansiedade os dias que antecedem o encontro. 

- Se vier a acontecer, vai ser uma satisfação grande defender novamente o clube. Espero que se concretize. Desde que saí do Fluminense me preparei para, de alguma forma, voltar. Fui treinador de três equipes, auxiliei o Waldemar Lemos e deixei de ir agora de novo pois sabia que ia surgir algo em relação ao Fluminense. Espero que semana que vem seja uma boa conversa e que se concretize.

A conversa com pessoas do clube é antiga. Tem aproximadamente um ano, como garante o próprio treinador, que deixou claro aos dirigentes a vontade de executar a função. Porém, um outro nome foi ventilado. Roger, autor do gol do título da Copa do Brasil de 2007, surgiu como opção. Mas ele está empregado como auxiliar do Grêmio, e Marcão é o favorito.

- Eu estava fazendo estágio com o Rodrigo Caetano. Na verdade eu tinha mostrado lá atrás para o Rodrigo a necessidade de estar no clube fazendo esse tipo de trabalho, como faz o Milton Cruz (no São Paulo) e fazia o Andrade (no Flamengo). Vimos agora a necessidade de ter um ex-atleta dentro do Fluminense. Espero ser escolhido por esse clube que tenho muito respeito e carinho.

Após a saída de Abel Braga e sua comissão técnica na última segunda-feira, a cúpula tricolor viu a carência de não ter um auxiliar fixo no clube. Pouco depois de assumir o cargo de presidente, em 2011, Peter Siemsen chegou a contratar Enderson Moreira para a função. Muricy Ramalho deixou o cargo de técnico e, enquanto o clube aguardava Abel, Enderson assumiu o time. Despertou o interesse de outros clubes e fechou com o Goiás como treinador. Desde então, ninguém ocupou o cargo. E Marcão está ciente da responsabilidade que terá.

- (Quando virou treinador) Eu queria saber o que acontecia de fora para dentro. Como jogador você é individualizado. Sou eu titular ou reserva, se vou jogar ou não. Quando vem de fora para dentro, a coisa muda. Você tem que tomar conta de 20, 30 pessoas, tem que tratar situações com a diretoria. A amplitude é maior. Com sabedoria consegui levar isso nos clubes e hoje estou preparado para assumir.
 

Tratado com carinho pelos tricolores por onde passa, Marcão espera, se for contratado, retribuir a confiança depositada. Durante a Libertadores deste ano, no jogo de volta contra o Emelec pelas oitavas de final, em São Januário, ao chegar de carro ao estádio, foi reconhecido e ouviu gritos de “Marcão é seleção”, como a torcida costumava cantar na época de jogador. Campeão da Série C e duas vezes do Carioca (2002 e 2005), o ex-volante espera que a proximidade com os tricolores ajude.

- A relação com o clube é coisa de louco. Passa o tempo e o torcedor continua com carinho enorme. Nesse jogo (contra o Emelec) eu estava com dois amigos e eles quase viraram meu carro. Foi de um carinho grande, e é recíproco. Estar no clube que tive minha vida passada, ajudando as pessoas lá de fora e lá dentro não tem preço. É trabalhar e trabalhar.

Fonte: Globo Esporte