Flu perde de virada no Paraguai e sai da Libertadores. Olimpia está na semi

Retranca fora, alçapão e catimba em casa. O Fluminense foi a nova vítima da receita de sucesso do Olimpia, do Paraguai, na Libertadores. Após passar em branco no duelo em São Januário, o Tricolor sucumbiu à pressão e à cera no Defensores del Chaco na noite desta quarta-feira, em Assunção. Mesmo após sair na frente do placar, a equipe sofreu a virada, saiu de campo derrotada por 2 a 1 e foi eliminada do torneio sul-americano. Autor dos dois gols paraguaios, um deles em um pênalti polêmico marcado pelo arbitro uruguaio Daniel Fedorzuck, Salgueiro foi o carrasco tricolor e garantiu o Olimpia na semifinal.

- É uma dor irreparável. Porque não foi merecido o 0 a 0 no Rio, nem a derrota aqui. Ganhou o Olimpia, parabéns. Mas a análise tem de ser fria. Não estou analisando com o coração. No segundo tempo eles não chutaram uma bola no nosso gol. Aí começa a sumir gangula, sumir bola... - analisou Abel Braga.
Até jogadores do Fluminense se posicionaram na lateral do campo para repor bolas na ausência de gandulas. E Wagner se irritou com um que andou para trás com a bola na mão, em um lance de lateral, e o empurrou.

O Fluminense agora volta suas atenções para o Campeonato Brasileiro, já que só entrará na Copa do Brasil nas oitavas de final, disputada no segundo semestre. O Olimpia, que segue na Libertadores, agora encara os colombianos do Santa Fé, que eliminaram o Real Garcilaso, do Peru. A Conmebol ainda vai definir as datas para a partida, mas a fase só será disputada em julho, após a Copa das Confederações.

Juan Manuel Salgueiro gol Olimpia jogo Fluminense (Foto: Reuters)

Rhayner marca, mas pênalti e falha atrapalham planos

O Fluminense adotou uma tática diferente da que o Olimpia usou para atuar fora de casa. Em vez de se fechar atrás, saiu para o jogo e marcar a saída de bola do adversário. E foi numa falha da zaga que o Tricolor fez em nove minutos o que não conseguiu em 90 no Brasil: estufar a rede. Mansur recuou fraco de cabeça para Martín Silva, Rhayner foi mais rápido, chegou  primeiro na bola e tocou de chaleira por cima do goleiro. Gol que calou o Defensores del Chaco e deixou o time perto da vaga. De novo com Rhayner, o segundo só não saiu porque Miranda cortou o cruzamento certeiro que deixaria Fred com o gol aberto. Os brasileiros trocavam passes, tinham 62% de posse de bola, tudo ia de vento em popa. Até que...

O técnico Ever Almeida resolveu arriscar: tirou o meia Caballero e colocou o atacante Ferreyra. O Olimpia começou a chegar mais ao ataque, e aí a pressão deu resultado. Uma nova falha aconteceu, só que agora do Flu. Salgueiro bateu falta lateral, Cavalieri tentou adivinhar o cruzamento, mas a cobrança foi direta e encobriu o goleiro tricolor. O caldeirão voltou a ferver, e os paraguaios chegaram à virada ainda no primeiro tempo. Bareiro caiu na área ao ser marcado por Digão, e o árbitro uruguaio Daniel Fedorzuck marcou um pênalti polêmico para os donos da casa. Maior finalizador do time, Salgueiro converteu a penalidade e fez seu segundo. A vantagem só não foi maior porque o chute de Ferreyra, no minuto final, parou na trave.

Fred jogo Olimpia e Fluminense (Foto: Ricardo Ayres / Photocamera)

Fluminense para na catimba paraguaia

O Fluminense sentiu o golpe, e os 15 minutos de intervalo não foram suficientes para assimilá-lo. O Olimpia por pouco não chegou ao terceiro gol em novos erros tricolores. Jean perdeu a bola, e os paraguaios chegaram com três contra um, mas Edinho cortou o último passe. Pouco depois, Digão recuou mal e deu de graça para Ferreyra, que chutou em cima dos zagueiros. Estava difícil para o Flu, e foi a vez de Abel Braga arriscar. Tirou Bruno, que vinha bem, para a entrada de Thiago Neves. Jean foi para a lateral direita, posição em que joga na Seleção. Mas nem deu tempo para testar. Abel resolveu lançar Samuel na vaga de Jean, e foi a vez de Rhayner ir para a lateral. A última cartada foi Rafael Sobis no lugar de Wellington Nem.
Mas àquela altura do jogo, outros adversários já surgiam. A cera para cobrar faltas e tiros de metas, vários jogadores caindo em campo pedindo atendimento médico, duas bolas em campo... Até pontapé sem bola de Ferreyra em Wagner. Jogo de Libertadores. A pressão do Fluminense não refletia em perigo de gol, exceção de uma cabeçada de Fred que raspou a trave de Martín Silva. Samuel sofreu pênalti após carrinho na área, mas o juiz ignorou. No desespero, Cavalieri, que minutos antes salvara o time num chute à queima-roupa de Ortíz, foi para a área. Era escanteio faltando ainda três minutos para o fim. E lá ele ficou. Só que de nada adiantou. O Fluminense está eliminado da Libertadores.

Fonte : Globo Esporte