Quando anunciou sua primeira lista de convocados para a seleção brasileira, em janeiro, Luiz Felipe Scolari foi criticado na escolha de goleiros: tanto pela inclusão de Júlio César quanto pela exclusão de Diego Cavalieri. Naquele momento, semanas antes de uma partida contra a Inglaterra em Wembley, a participação de Cavalieri no título brasileiro do Fluminense era vista com mais consideração por público e mídia que os pequenos milagres operados pelo ex-goleiro de Flamengo e Inter de Milão com a camisa do modesto QPR, da Inglaterra, sem falar nas memórias de sua falha contra a Holanda na Copa do Mundo de 2010.
Quatro meses depois, coincidentemente às vésperas de novo confronto com os ingleses, os dois jogadores vivem momentos opostos. Enquanto Júlio se firmou com a camisa 1 depois de atuações seguras e defesas cruciais na derrota de Wembley e no empate contra a Itália, em abril, Cavalieri se vê marcado pela falha que ajudou a derrubar o Fluminense na Libertadores.
Cabisbaixo, o goleiro se apresentou na tarde desta quinta-feira no Rio precisando explicar detalhadamente o erro de posicionamento que embelezou o gol de falta de Salgueiro, do Olímpia. "Agora preciso virar a chave e mudar o foco para a seleção. Estou aqui para ajudar no que puder", afirmou.
Embora Jefferson, do Botafogo, também tenha sido convocado e conte com mais chamados (31) e jogos (sete) que os colegas de posição, Cavalieri é tido como o reserva imediato de Júlio. O titular da última Copa do Mundo, porém, tem o prestígio em alta junto a Scolari e ao coordenador-técnico, Carlos Alberto Parreira, e mesmo o fato de o QPR ter caído para a Segunda Divisão não foi capaz de abalar o endosso.
Ironicamente, o Liverpool, clube por onde Cavalieri teve passagem, sem conseguir se firmar, é um interessado nos serviços de Júlio César. O clube da cidade dos Beatles deverá perder Pepe Reina para o Barcelona e poderá recrutar o brasileiro, que ainda prefere permanecer na Europa a um retorno ao Brasil.
Fonte: UOL
