Três jogos e uma tendência


Argentinos Juniors 2 x 4 Fluminense; Ceará 2 x 2 Flamengo, Avaí 0 x 2 Vasco. O que estas três partidas têm em comum? Pense bem. Não sabe?

Em todas elas, o trio carioca desempenhou um futebol simplesmente avassalador (sobretudo no primeiro tempo), lançando-se ao ataque, com fulgor e bravura, lembrando até tempos românticos, quando o jogo era franco, aberto, e raridade eram placares apertados.

Bem que poderiam ser estes prenúncios de um resgate daquele futebol, vistoso e prazeroso de ser assistido, não fosse por um único detalhe: nos três confrontos, os visitantes tinham a obrigação de fazer o resultado fora de casa, sob o risco de eliminação, respectivamente, na Libertadores e na Copa do Brasil.

Ou seja, a transfiguração da realidade atual, burocrática, só se deu porque Fluminense, Flamengo e Vasco estavam com a corda no pescoço e tiveram, forçosamente, de praticar um futebol agressivo, pra cima, bálsamo aos olhos do público.

O que nos permite uma conclusão: Flu, Fla e Vasco não jogam sempre com a mesma volúpia porque, por alguma razão, não os convém, escancarando uma tendência nociva e retrógrada em nosso futebol.

O Fluminense, particularmente, iniciou a Libertadores com um esquema covarde, anacrônico, em que até um jogador de meio-campo (Willians) foi improvisado no ataque, fruto de um entendimento muito subjetivo (e incompreensível) do ex-treinador Muricy Ramalho. Foi medroso também no México, quando abdicou do ataque, jogando com cinco jogadores de defesa e apenas um de criação, Conca.

Mas bastou o barbante arranhar-lhe o gogó para que o Fluminense, já sem Muricy, voltasse a praticar um futebol decente, fato que se deu apenas em duas partidas: contra o próprio América-MEX, no Engenhão, e no histórico triunfo em Buenos Aires, na última rodada.

Contra o Libertad, a bola foi de novo esquecida e o Flu, ignaro e mal escalado, aceitou o domínio dos paraguaios, que – neste caso é possível falar – eliminou um time que pareceu sequer ter ido a campo, preferindo sentar na vantagem, injustamente conquistada, que julgava ser necessária para passar de fase.

Veio o Brasileiro e o Flu, ainda sob o comando do interino Enderson Moreira, foi a campo novamente com um futebol burocrático, com quatro defensores, contra um desfigurado São Paulo, em crise. Nem mesmo quando perdia por 2 a 0, o treinador abdicou da formação com dois volantes.

Para o jogo deste domingo, contra o Atlético-GO, do Catar, Abel Braga, para tentar evitar assumir o time com um colar de derrotas, já participa e sinaliza com uma formação diferente. O técnico quer no ataque jogadores com características distintas, para que um complemente o fundamento do outro. Desta forma, o Flu deverá jogar com um único centroavante fixo (Fred) ao lado de outro que jogue pelos lados do campo, como faziam Maicon e Émerson, mais recentemente.

Mas com o peso da derrota na estreia, será que o Fluminense, sob o risco de ficar pra trás, jogará para cima do Atlético-GO, exatamente como fez contra o campeão argentino?

Resposta, domingo, às 18h30.

Rafael Macieira escreve à coluna para se queixar da logística dos uniformes do Fluminense.

“João, eu mereço isso, né? Depois de voltar da Adidas no Shopping Leblon, onde verifiquei que a nova coleção não está disponível, enviei um twitt pro @OficialFlu questionando o fato. Veja o que me responderam: ‘Distribuição do material esportivo é de inteira responsabilidade da Adidas’. Observei também que não tem NADA sobre o Fluminense do site da fornecedora alemã. Afinal de contas, João, esse contrato do Flu é com a Adidas Japão, China, Rússia ou Brasil?”

É com a Adidas Brasil mesmo, Rafael! Embora não pareça.

Em tempo: é assim, então? Quer dizer que o Flu diz que a distribuição é de encargo da Adidas, que não disponibiliza o produto, e o clube cruza solenemente os braços?

Os valores do contrato com a Adidas podem até ter melhorado, mas a logística dos uniformes, apesar da longeva parceria (desde 96), é ainda desigual e incipiente.

Tá na hora de voltar a marcar, Fred!

Segura esse músculo e estufa a rede!

Fonte: João Marcelo

Postar um comentário

0 Comentários