Enderson Moreira se despede do comando do Flu e pede desculpas por erros


O técnico Enderson Moreira, quando ninguém quis, e foram mitos, pegou o bastão que Muricy Ramalho jogou para o alto em março passado e assumiu o comando de um Fluminense enterrado numa profunda crise. O time estava quase fora na Libertadores e tinha sido recém eliminado na Taça Guanabara. Mas o mineiro, que fez carreira no Internacional B de Porto Alegre assumiu o desafio e foi lidar com jogadores como Fred, Deco e Conca.

Enderson classificou o Fluminense para as oitavas de final da Libertadores e para a semifinal da Taça Rio. Lutou como pôde, mas morreu na praia. Quase três meses depois, ele não vai jogar o bastão para o alto, mas entregá-lo nas mãos de Abel Braga, que chegará dia 8 de junho para assumir o time. Antes, porém, Leomir, auxiliar do futuro treinador, chegará no dia 1 de junho para assimilar as informações necessárias para o chefe.

Sem arrependimento e com a sensação do dever cumprido, Enderson falou desses quase 90 dias à frente de um time com muitos astros e muitos problemas também. O interino comandará pela última vez, neste domingo, às 18h30, no Serra Dourada, a equipe principal do Fluminense contra o Atlético-GO, pelo Brasileiro. Depois da partida, concederá entrevista e passará a fazer a transição dos jogadores sub 23 para o time que será chefiado por Abel.

SALDO NO COMANDO

“É importante falar que cheguei depois da saída de um treinador (Muricy Ramalho) vitorioso, campeão. Sabia que as dificuldades seriam grandes. A classificação na Taça Rio era difícil e a situação na Libertadores era extremamente delicada. Acho que o trabalho foi de acordo com que a gente poderia fazer. Quando falo limitações, e Abel me deu total liberdade para trabalhar, são as limitações de um técnico interino. Nessa posição temos de ter farol baixo, viver jogo a jogo. Estamos num período de transição, mas tenho a consciência de que fiz tudo da melhor forma possível”

PASSAR BASTÃO

“A minha missão neste período sempre foi tentar fazer o melhor para o Fluminense. E, pelo que faço na vida, coloco a cabeça no travesseiro e durmo bem. Mas a gente sabe que nem toda derrota é culpa do treinador, a culpa é de todos. Perdeu, perdem todos. Durante a partida a gente tem de tomar uma decisão muito rápida na hora do jogo e às vezes não dá certo. Quando resultado aparece, dizem que o trabalho foi bem feito. Meu sentimento quando passar o bastão para Abel é o de ter feito o meu melhor”

LEOMIR (auxiliar de Abel Braga no Al Jazira (EAU) que chegará no início do mês que vem)

“Ele virá de forma antecipada para iniciar o processo de transição, não existe vaidade para mim no futebol, sou um cara extremamente tranquilo em relação a isso. Queremos fazer a transição da melhor forma possível para quando Abel chegar”

AMADURECIMENTO

“Amadureci muito a cada dia vivendo no comando do time principal do Fluminense. Mas com essa exposição toda a gente vai aprendendo mais. E isso aconteceu nas pequenas coisas. Eu vivo muito o presente e não fico lambendo as feridas do passado. Na vida, eu nem conto muito com o futuro, o que conta para mim é o presente. E o meu presente foi intenso à frente do time”

ARREPENDIMENTO

“Sinceramente, nem um pouco. Em algumas situações à frente do time a gente tem de tomar determinadas decisões, às vezes dão certo outras não. E elas são muito difíceis. Imaginem o presidente dos EUA (Barak Obama) tendo de decidir se vai invadir um país? Não me arrependo de nada que fiz. Defendo o Fluminense com todas as minhas forças, com toda a minha capacidade. Mais uma vez afirmo que me arrependo de nada. Tudo o que eu fiz foi com a convicção de que estava fazendo fiz o melhor para o Fluminense”

LIMITAÇÕES

“Não é limitação de escalar jogadores porque o treinador efetivo pensa a longo prazo, pensa em contratações, pensa em dispensar atletas. Abel sempre me disse: ‘faça o que for melhor para o time’. Nunca disse para eu fazer ou deixar de fazer. Transmiti a ele o número de atletas que nós temos (40) e a importância para o time. O cargo de interino nos limita. Fiz e assumo todas as responsabilidades por tudo o que foi feito. Peço desculpas pelos erros”

Fonte: Esporte Uol

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