O clube

O esporte que chamamos futebol

A origem do futebol surgiu na China antiga e era chamado de “Kemari”. Muito popular, era jogado por 16 jogadores, divididos em dois times. O objetivo principal do jogo era passar uma bola entre duas estacas fincadas no chão.

Na Grécia antiga relatos históricos descrevem que o povo praticava o “Epyskiros”, um jogo disputado com uma bola feita de bexiga de boi, coberta por uma capa de couro. Os romanos copiaram as regras e criaram o “Harpastum”.

Na Inglaterra, onde o esporte foi aperfeiçoado, passou a ser praticado em grande escala. O jogo inglês era muito violento e não tinha regras definidas. Somente em meados de 1860, surgiram os primeiros regulamentos como: o número de participantes, o tamanho do campo – 80/120m – e os gols feitos de dois pares de postes com largura de 1m, chamados de arcos. O gol acontecia quando a bola, feita de couro, cruzava as duas traves.

Na França e na Itália, esportes parecidos também surgiam. Os franceses tinham o “Soule” e os italianos o “Calcio”, surgido a partir de uma briga entre grupos de oposição política na cidade de Florença.

Somente no século XIX o futebol se tornou mais organizado. Em 1860 apareceram os primeiros clubes que promoviam campeonatos. A rivalidade era grande, mas ainda não haviam regras comuns. Cada equipe queria jogar com as suas normas.

Para a criação de um regulamento unificado, representantes de clubes, capitães de equipes e dirigente de escolas reuniram-se e formaram, em outubro de 1863, a Football Association. A entidade foi na verdade a precursora da International Football Association Board, mais conhecida como International Board, responsável desde 1886 pela regulamentação e modificação das regras do futebol.

Em 1868 os ingleses criaram a figura do árbitro, que no início tinha que comandar os jogos aos gritos.

Lentamentamente o esporte foi ganhando suas regras definitivas e que evoluem até hoje em dia. Surgiram as traves superiores – travessões -, as redes, o pênalti. Estabeleceu-se o número de jogadores para cada equipe – 11 -, as dimensões do campo e o tamanho da bola. Em 1901 foram delimitadas as áreas e, em 1907, criada a lei do impedimento.

Pelo menos em cinco lugares foram realizadas partidas de futebol no Brasil, antes do regresso de Charles Miller ao país, em 1894. Tido como “fundador” da modalidade esportiva em solo brasileiro por ter trazido duas bolas, uma agulha, uma bomba de ar e dois uniformes completos da Inglaterra, onde estudava, ele tem a seu favor o fato de ter organizado o esporte em nossas terras.

O futebol cresceu no Brasil com Charles Miller. Paulista do Brás, foi estudar na Inglaterra muito cedo, aos nove anos de idade, retornando ao Brasil tempos depois com as bolas e o sonho de ver o futebol crescer no país. Apesar de ter chegado em 1894, apenas no ano seguinte Miller viu a primeira partida “oficial” ser realizada no país.

O São Paulo Railway Team – com Charles em campo – venceu por 4 a 2, o Team do Gás, na Várzea do Carmo. Estas “peladas” iniciais deram forma ao primeiro Campeonato Paulista, jogado em 1902. Antes disso, Charles Miller conseguiu o apoio do São Paulo Athletic, time da colônia inglesa na cidade, que rivalizava com o Germânia, fundado pelo alemão Hans Nobiling, e com o Mackenzie, primeiro clube formado por brasileiros unicamente para a prática do novo esporte.

O Início do Futebol no Rio


Uma sucessão de eventos surgiu antes da fundação do Fluminense Football Club

Após a vitoriosa iniciativa de Miller, começaram a surgir em São Paulo outros times, como o Sport Club Internacional e o Club Atlético Paulistano. O futebol no Brasil finalmente ganhava espaço.

No Rio de Janeiro o primeiro clube fundado para a prática de esportes terrestres foi o Club Brasileiro de Cricket. Em suas reuniões, sempre eram prestigiados com a presença da sociedade local e da Princesa Isabel. Entretanto, a agremiação ficou apenas no cricket e nas corridas.

Foi Oscar Alfredo Cox quem introduziu o futebol no Rio de Janeiro, depois de concluir seus estudos no Colégio de La Ville, em Lausanne, Suíça, onde jogou e aprendeu a gostar do futebol, tendo ficado empolgado com o novo esporte que conhecera.

No dia 22 de setembro de 1901, o jovem Cox, conseguiu formar uma equipe tendo então partido com a turma – Rio Team – rumo a Niterói, com a finalidade de enfrentar um time formado somente por ingleses no campo do Rio Cricket. O resultado da primeira partida de futebol realizada no Rio de Janeiro foi 1 x 1, com Júlio Moraes assinalando o gol a favor dos cariocas.

Depois os ingleses vieram ao Rio e mais duas partidas foram disputadas no campo do Paysandu Cricket Club, sucessor do Club Brasileiro de Cricket. Mais dois empates foram registrados.

A equipe organizada por Cox formou com Clyto Portela; Etchegaray e Schuback; M. Frias, Cox e Max Naegely; Costa Santos, E. Moraes, Nóbrega, Júlio Moraes e F. Frias.

Empolgado com o sucesso dos três jogos, Oscar A. Cox programou uma excursão a São Paulo. Ainda em 1901, manteve entendimentos na capital paulista com René Vanorden, do Sport Club Germânia, e quando René apresentou a ideia a outros companheiros, Ibánez Sale, do Paulistano; Armando Costa, do Internacional; Charles Miller, do Fox Rule e Boyes, do São Paulo Athletic a promoção de Cox foi logo aprovada. No dia 19 de outubro de 1901, no campo do São Paulo Athletic, lá estavam os cariocas para enfrentarem os paulistas, no que seria o primeiro encontro entre o futebol dos dois grandes centros.


O Rio Team - Primeira equipe de futebol montada no Rio de Janeiro. Atletas que representaram a cidade, na primeira partida contra os paulistas, em 19/10/1901. Em pé, da esquerda para a direita: Mario Frias, Walter Schuback e Louis da Nóbrega; Agachados: Oscar Cox, A. Wright e J. McCulloch; Sentados: Francis Walter, Horácio da Costa Santos, Eurico de Moraes, Júlio de Moraes e Félix Frias. Foto tirada em 1901 (acervo do F.F.C.)

Cox havia feito algumas alterações na equipe. Colocou Schuback no gol e Mário Frias e Nóbrega na zaga. O meio campo foi modificado, ficando armado com Cox, Wright e Cullock, enquanto no ataque, houve apenas a entrada de Walter na ponta direita, passando Haroldo da Costa Santos para o lugar de Nóbrega. A equipe carioca jogou com o nome de Rio Team e, na final, obteve mais um empate. Desta vez em 2 x 2, sendo os gols cariocas marcados por Frias – o primeiro do jogo – e Cullock. No dia seguinte novo confronto se realizou no mesmo local e teve como resultado o empate em 0 x 0.


Anotações de Oscar Alfredo Cox feitas de próprio punho, referentes as primeiras partidas entre cariocas e paulistas. Fala inclusive, no abatimento em 50% nas passagens do trem - ida e volta, sem abatimento nas camas.

Foto tirada por Antonio Campos, no dia 20 de outubro de 1901, os rapazes que fizeram o primeiro jogo interestadual. Era a despedida de São Paulo do chamado "Rio Team", pois ainda não existiam clubes cariocas na época - foto de propriedade de Afonso Teixeira de Castro
Surgia a legenda Fluminense Football Club 

A delegação retornou de São Paulo de trem – ainda de madeira na época – e, durante a viagem, surgiu a ideia de se fundar no Rio de Janeiro um clube para a prática do futebol.

Em novembro, uma reunião foi programada e cartões foram distribuídos, convidando várias pessoas para o encontro. Frias, C. Robinson e Oscar Cox foram os promotores e a mesma marcada para o dia 30 de novembro de 1901, às 20h30, na sede do Laranjeiras Club. A reunião visava a fundação do Rio Football Club.

Foto do convite original enviado e assinado por Mário Frias, C. Robinson e Oscar A. Cox. Convidava para a reunião no Laranjeiras Club, visando a fundação do Rio Football Club (Acervo do F.F.C.)

A tentativa fracassou e só no dia 12 de julho de 1902, por iniciativa de João Ferreira, é que o Rio F. Club foi fundado na sede do Natação e Regatas, mas não era específico para a prática de futebol.

Ainda no mês de julho, novo grupo foi a São Paulo e nele estavam mais uma vez Oscar Cox, Nóbrega, Costa Santos, Frias e outros. Agora foram duas derrotas em campos paulistas, 1 x 0 para o Internacional e 3 x 0 para o Paulistano. No regresso de São Paulo, a ideia da fundação de um clube puramente ligado ao futebol voltou a ganhar mais força.

Agora com maior organização e mobilização, foram enviados, via correio do então Distrito Federal, bilhetes postais formulando o convite para a reunião a ser realizada às 8 ½ h da noite da noite, no casarão da Rua Marquês de Abrantes, número 51, residência de Horácio da Costa Santos, afim de tratar-se da fundação do Fluminense Football Club.

O bilhete postal, maltratado pelo tempo, convidando para a reunião de Fundação do Fluminense Football Club (Acervo do F.F.C.)

Na histórica data de 21 de julho de 1902, no Rio de Janeiro – Distrito Federal, era fundado o Fluminense Football Club.

A reunião foi presidida por Manoel Rios e secretariada por Oscar Cox e Américo Couto. Por proposta de João Carlos de Mello e Virgílio Leite, Oscar Alfredo Cox foi aclamado primeiro presidente do clube, assumindo então os trabalhos e passando Manoel Rios para secretário. Outra proposta de João Carlos de Mello foi aprovada, os vinte presentes na reunião seriam considerados os fundadores do clube.


A lista dos 20 sócios fundadores do clubeForam eles:

1 – Horácio da Costa Santos
2 – Mário Rocha
3 – Walter Schuback
4 – Félix Frias
5 – Mário Frias
6 – Heráclito de Vasconcelos
7 – Oscar Alfredo Cox
8 – João Carlos de Mello
9 – Domingos Moitinho
10 – Luís da Nóbrega Júnior
11 – Arthur Gibbons
12 – Virgílio Leite
13 – Manoel Rios
14 – Américo da Silva Couto
15 – Eurico de Moraes
16 – Victor Etchegaray
17 – A. C. Mascarenhas
18 – Álvaro Drolhe da Costa
19 – Júlio de Moraes
20 – A. H. Roberts

Uma placa em bronze, encrustada em pedra, reproduz a lista original e os homenageia no clube
Homenagem a Oscar Alfredo Cox 

Como apresentado, durante aproximadamente um ano, sem desistir um só momento, e com o entusiasmo de sua juventude, Oscar Alfredo Cox, com 22 anos, trabalhou muito pela introdução do futebol no Rio de Janeiro, conseguindo inúmeros adeptos. Derrubando preconceitos ao novo e estranho “jogo de bola”, transpôs obstáculos e conseguiu chegar a criação do nosso glorioso e eterno Fluminense Football Club.

Na primeira reunião de diretoria teve seu nome aclamado como primeiro presidente do clube. Foi o principal nome de nossa fundação e o responsável pela introdução do futebol no Rio de Janeiro. Em sua gestão como presidente, o clube instalou-se no terreno onde se encontra até hoje, nas Laranjeiras, adotou o primeiro uniforme e a primeira bandeira, com as cores cinza e branco. Além de jogar sete partidas pelo time principal do Fluminense, sem marcar nenhum gol, iniciou oficialmente o intercâmbio com os clubes paulistas, através da temporada realizada em São Paulo, em 1903.

Foi por sugestão Oscar Cox e de Mário Rocha que nos tornamos tricolores.

Oscar Alfredo Cox era carioca, nasceu no dia 20 de janeiro de 1880 no Largo dos Leões, zona sul do Rio de Janeiro. Faleceu na França, em 6 de outubro de 1931, com 51 anos de idade. Foi presidente do clube de 21 de julho de 1902 a 31 de dezembro de 1903 e era 100% amadorista.

Partiu para Londres, em 1910, definitivamente, tendo recebido no seu embarque, uma mensagem de despedida, assinada por sócios do Fluminense. Essa mensagem foi encontrada em seus pertences após sua morte, com o seguinte texto escrito por Cox: “Cresswell. In case of my death, send to Mario Pollo, secretary of Fluminense F. C. Rio de Janeiro”. Sua vontade foi atendida.

Filho de George Emmanuel Cox e Minervina Dutra Cox teve seu corpo transladado para o Rio de Janeiro sendo sepultado no cemitério de São João Baptista, Carneiro Perpétuo 2.068 – Quadra 38, no bairro de Botafogo em 21 de outubro de 1931. Símbolo da idealista e aristocrática juventude de 1902, seu nobre e inesquecível exemplo de perseverança, tornou possível a existência da grande legenda chamada Fluminense Football Club.




Oscar Alfredo Cox, principal nome na fundação do Fluminense e o introdutor do futebol no Rio de Janeiro




A Primeira Diretoria

A primeira sessão de diretoria do Fluminense foi realizada no dia 25 de julho de 1902, na casa do presidente Oscar Cox, na Rua São Salvador número 5. Na oportunidade, foi formada a primeira diretoria do clube. Presidente – Oscar Cox; Vice – Luís Nóbrega Júnior; Secretário – Mário Rocha; Tesoureiro – Domingos Moitinho e para a Comissão de Esportes – Horácio da Costa Santos e Félix Frias.

O nome do clube nasceu sem maiores debates, tendo sido a ideia inicial Rio Football Club, mas João Ferreira já havia utilizado o nome na sede do Natação e Regatas.

Então surgiu Fluminense, palavra que identifica os nascidos no Estado do Rio de Janeiro e, na época, no Distrito Federal, apesar de por lei haver distinção, mas o povo considerava todos fluminenses. Uma outra versão para o nome tem por base o vocábulo “flumem”, que significa rio e por analogia se chegou a palavra Fluminense.

O que importa é que o nome permaneceu e o clube crescia, tanto que, no dia 1 de agosto eram aceitos mais 20 sócios e, na sessão de 10 de outubro, eram aprovadas as propostas de ingresso dos irmãos Arnaldo, Carlos e Guilherme Guinle e de mais 13 sócios.

Em 17 de outubro de 1902, no salão do Laranjeiras Club, foram aprovados os rigorosos estatutos, a tal ponto que deliberou que fossem “riscados” da lista dos fundadores, por falta de pagamento da joia e da mensalidade, os sócios A. H. Roberts e A. C. Mascarenhas”.

O clube crescia e em 8 de agosto de 1904, o então presidente Francis Walter propôs o aumento da joia de 10 para 50 mil réis. Horácio da Costa Santos o apoiou porque o clube já tinha muitos sócios, cerca de 170 e não podia fazer jogos para todos.

A primeira sede e campo

A nossa primeira sede poderia ter sido erguida em Botafogo. Mas por um capricho do destino, os dirigentes tricolores não conseguiram chegar a um acordo com o proprietário de um terreno, localizado na Rua Dona Mariana, inviabilizando a ideia inicial.

Em 17 de outubro de 1902, o Fluminense alugava ao Banco da República, por cem mil réis mensais, o terreno, na época uma chácara localizada na Rua Guanabara – atual Pinheiro Machado -, esquina da Rua do Roso.

Foto tirada por Franz Waitz, em janeiro de 1903, aparecendo ao fundo os fundadores do Clube Mario Rocha e Horácio Costa Santos

Um ano mais tarde o campo foi nivelado no terreno onde está localizado hoje em dia o nosso Estádio. Contam que na época, 1903, a máquina niveladora e a de cortar grama – inglesas – eram puxadas pelo burro “Faísca” que, para não estragar o trabalho, era sempre cuidadosamente calçado com luvas de veludo nas quatro patas pelo jardineiro contratado. “Faísca” ficou então famoso e conhecido como o “burro mais elegante do Rio de Janeiro”.

Campo já nivelado e demarcado, no lado direito o local onde foi construída a arquibancada em madeira, em 1905. Nota-se também o fundador Domingos Moitinho, ao fundo nossa 1ª sede e no alto o morro do corcovado ainda sem o Cristo Redentor.


No fundo do campo havia uma casa que mais tarde foi comprada por Eduardo Guinle e se tornou a primeira sede do Fluminense Football Club.

A primeira sede, uma simples casa onde residiam o empregado, que cuidava do terreno, com sua família. Foi demolida em 15 de março de 1905, data de início da construção da segunda sede.

Abaixo podemos ver o terreno onde seria futuramente construída a piscina do Fluminense, de água salgada que era trazida por bombas de uma sub-estação existente na praia do Flamengo. A parte da pedreira foi o maior obstáculo a ser transposto na construção.



Terreno onde seria futuramente construída a piscina do Fluminense

O problema da pedreira foi posteriormente resolvido. A casa que pode ser observada a esquerda é a do empregado José Cardoso da Fonseca.






Sede

Segunda sede na Rua Guanabara, 39. Construída na administração de Francis Walter, segundo presidente do clube, em 1905. A construção foi bancada pelos sócios do clube.

Em 1904, Eduardo Guinle comprou todo o terreno e o Fluminense passou a pagar o dobro do aluguel.




Marco da remodelação do clube

A 3ª sede construída na administração de Joaquim da Cunha Freire Sobrinho, em 1915. Esta sede era o marco inicial da remodelação do clube.

Em 1905, por conta própria, Eduardo Guinle levantava a primeira arquibancada em um campo de futebol no Rio de Janeiro. Ainda era um simples campo de futebol e não um estádio. Observe a sequência histórica das belas fotos.

As charmosas bilheterias do Campo do Fluminense.
Vista externa do portão principal do Campo do Fluminense. (Acervo do F.F.C.)

Uniformes e bandeiras

O uniforme e a bandeira do clube foram aprovados em reunião no dia 17 de outubro de 1902. O traje possuía as cores branca e cinza claro, gola e escudo sobre o coração, com as letras FFC em vermelho. O calção era branco, as meias pretas e muitos jogadores ainda usavam boné com as cores da camisa.






O primeiro escudo do Fluminense Football Club em documento de 1904









O primeiro escudo do Fluminense Football Club após ser redesenhado em 2002

A bandeira era branca e cinza, dividida em dois triângulos. No canto superior esquerdo da parte branca ficava o escudo

A primeira bandeira do Fluminense
 guardada até hoje na nossa Sala de Troféus












                                                    
                                                                                       A primeira foto de um time do Fluminense - 1903

A primeira camisa do Fluminense guardada até hoje em nossa sala de troféus

As primeiras cores do Fluminense foram o cinza e o branco, aprovadas em assembléia entre os sócios que foi realizada em 17 de outubro de 1902.

Já a primeira camisa, guardada até hoje em nossa sala de troféus, era baseada em uniformes ingleses e foi adotada oficialmente (aprovada) também em 17 de outubro de 1902. Era no estilo esporte fino tendo no colarinho, na gola e nos punhos botões para ajustar seu caimento. Como dois dias depois o Flu entrou em campo para a disputa de sua primeira partida oficial, no dia 19 de outubro de 1902 em amistoso contra o Rio Football Club, quando vencemos por 8 a 0, não houve tempo hábil para a compra das camisas no padrão escolhido, já que nessa época os uniformes do Clube eram importados da Europa. Assim, apenas no ano seguinte em 1903 o Fluminense estreou seu primeiro uniforme.

A camisa, uma verdadeira relíquia, foi cedida ao clube por Horácio da Costa Santos, goleador de nosso primeiro jogo com três tentos.

Oscar Cox e Mário Rocha estavam em Londres tratando da compra de novo material – uniforme – e, por carta, informaram a dificuldade de encontrá-lo e por isso sugeriram a combinação do encarnado, branco e verde.

Na reunião de 15 de julho de 1904 as novas cores foram colocadas em pauta e a proposta de Mário e Cox aprovada. O Fluminense Football Club tornava-se tricolor.

Desta forma, somente em 1905, no jogo realizado em 07 de maio, num amistoso contra o Rio Cricket foi utilizado pela primeira vez nosso consagrado manto com as gloriosas três cores. E a estreia foi pé quente: uma goleada por 7 x 1.

O blazer que os jogadores usavam
 sobre o uniforme antes de entrarem em campo
  













A equipe trajando o belo blazer


 Nosso escudo tricolor em documento de 1905




                      Nosso escudo atual -->


Outros símbolos

O MascoteO Tricolor de Laranjeiras sempre se caracterizou por possuir torcedores ilustres e famosos, presidentes, cantores, artistas, personalidades ligadas a cúpula do futebol mundial e, desta forma surgiu a ideia de um outro símbolo tricolor – O Cartola -.

Idealizado pelo grande caricaturista argentino Lorenzo Mollas, em 1943, o Cartola surgiu, elegante, de fraque e com sua imponente piteira, retratando a imagem da aristocracia tricolor.






O Cartola Original

Ao longo do tempo surgiram diversas versões do Cartola Tricolor, seja idealizado por meios de comunicação ou cartunistas famosos, como o Ziraldo, e foram utilizados em jornais, em charges e outras publicações.








O Cartola do Ziraldo

No início dos anos 2000, surgia o Cartolinha. Criado e tendo como público-alvo o público infantil, o mascote demonstra a vontade do clube de estar próximo dos pequenos e futuros tricolores, passando o amor pelo clube de geração em geração. Manteve-se a tradição, mas o Cartolinha ganhou traços de uma criança alegre, sorridente, perspicaz e de olhar expressivamente vivo. Atualmente é o único mascote oficial do Fluminense Football Club.


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O jargão Pó-de-Arroz

Já o “Pó-de-Arroz” surgiu após a transferência do jogador Carlos Alberto, do América para o Fluminense. Por ser mulato e a camisa branca do Fluminense produzir maior contraste em relação a sua pele, do que a sua antiga camisa do América, o jogador antes de entrar em campo, no dia 13 de maio de 1914, tentou disfarçar sua cor colocando um pouco de pó-de-arroz no rosto, pois estava preocupado com os aristocráticos torcedores tricolores da época. Na ocasião, o Flu enfrentou justamente a equipe rubra e empatou em 1 x 1 nas Laranjeiras, gol de Welfare.

Ao iniciar a partida, seu suor começou a escorrer pelo rosto e levava consigo o pó anteriormente aplicado. Assim que os torcedores adversários viram a cena, pois já conheciam o jogador, notaram que estava com a tonalidade da pele diferente – malhada -, começaram então da arquibancada a gritar “pó-de-arroz”, “pó-de-arroz”, surgindo desta maneira o novo apelido que também foi incorporado ao clube.

Como surgiu o termo “torcida”?

É claro que sendo o Fluminense o clube da sociedade carioca, a presença feminina nos jogos era uma constante. O escritor Coelho Netto, pai do grande atleta tricolor Preguinho e seguidor apaixonado do Fluminense, também era figura obrigatória nos gramados.

Pois foi esse importante personagem, o responsável pela criação do termo “torcida”, que hoje serve para designar quem simpatiza com este ou aquele clube. Observador atento, Coelho Netto notou que quando o time atacava ou era atacado, as mulheres que compareciam aos jogos, com seus belos e quentes vestidos rendados, num misto de ansiedade, calor e nervosismo, empunhando sombrinhas, torciam suas luvas e lenços encharcados de suor.

Em uma de suas colunas após um dos jogos, Coelho Netto chamou essas mulheres de “torcedoras”. Pronto, estava criado o termo que até hoje é símbolo da paixão clubística. Em seguida ganhou similar masculino. Hoje, torcida é sinônimo de amor ao clube do coração. Sem o “torcedor”, o espetáculo perde o brilho e a razão. Nada é mais frustrante que um estádio vazio.

Como disse o grande músico erudito brasileiro Arthur Moreira Lima “Assim como o primeiro homem era Adão, o primeiro torcedor era Fluminense”.

Torcidas, Torcedores e Movimentos

A torcida tricolor é o maior patrimônio do Fluminense, na vitória ou na derrota nunca deixa de acompanhar o time, com seu apoio e dedicação. Isto inspirou a criação de várias torcidas organizadas. A Força Flu, por exemplo, foi fundada em 25 de novembro de 1970, inspirando-se na “Forza Italia”, torcida que acompanhava a seleção italiana na Copa do Mundo de 1970, no México. Seu lema é “Conosco quem quiser, contra nós quem puder”. Já em dezembro do mesmo ano surgia a Young Flu, a maior torcida organizada do Fluminense cujo lema é “Poucos a viram nascer, muitos a viram crescer, ninguém há de vê-la morrer”. A Flunitor (“O terremoto grená”) foi fundada em 1973 por tricolores de Niterói. A Fiel Tricolor fundada em 1976 tem como lema a frase “A torcida que mais cresce”. Alunos do Colégio São Vicente de Paulo, no Cosme Velho, iniciaram a Garra Tricolor em 1995 com o lema “Verás que um filho teu não foge à luta”.

Alguns torcedores individualmente entraram para a história do clube e devem ser lembrados:

Chico Guanabara – capoeirista destemido e respeitado por todos, foi na verdade o primeiro torcedor carioca. Se necessário fosse enfrentava os cavalarianos da polícia. Só respeitava os dirigentes tricolores.

Barriga – bebia para festejar as vitórias do Flu e também para afogar as mágoas nas derrotas. Recordista difícil de ser batido, rolou por briga ou embriaguez de todas as arquibancadas dos campos cariocas.

Batista – negro bem apessoado, tinha quase dois metros de altura e pesava mais de 100kg. Lembrava em 1915 os lendários campeões de boxe. Possuía duas paixões na vida: a Marinha, onde era sargento de carreira, e o Fluminense.

Peitão – era fuzileiro naval e foi campeão de boxe. Assistia os jogos do Flu na pista de atletismo pois, agitado do jeito que era, prefiria movimentar-se à vontade e mudar de lugar quando achava necessário. Sua dedicação ao clube era imensurável. Certa vez o Flu promoveu um torneio de boxe, tendo faltado o pugilista da luta principal. Peitão não admitiu que o Flu fosse criticado, prontificou-se a fazer a luta. Sofreu duramente por três rounds intermináveis mas acabou sem beijar a lona, perdeu por pontos. Com o gesto ganhou para sempre seu lugar na história do clube.

Paulista – era o regente do que durante anos foi chamado de Torcida Organizada. Com um megafone comandava os demais torcedores. Personificou o “Cartola” de casaca e tudo e, muito respeitoso, chamava a todos de senhor. Sumiu como apareceu, feito fumaça, sem deixar a fórmula de como comandar um grande grupo sem incitar a violência.

Alemão – da mesma época e ao contrário de Paulista era muito chegado a uma proximidade no tratamento com jogadores e dirigentes. Chamava Preguinho pelo apelido e o presidente Jorge Frias, simplesmente por Frias. Ao término dos jogos fazia questão de dirigir-se ao seio da torcida adversária para gozar a vitória do Flu. Como resultado, surras e mais surras, sendo salvo na maioria das vezes pela polícia ou por outros torcedores do tricolor.

Careca – Guilhermino dos Santos foi marco de uma grande geração de tricolores. Além do show à parte dado pelas torcidas nas arquibancadas, Careca fazia questão de batizar cada tricolor com um banho de talco. Sempre com uma bandeira tricolor amarrada ao pescoço e estendida em suas costas, totalmente branco devido ao talco (pó-de-arroz), tinha prazer em polvilhá-lo. Às vezes nem os adversários escapavam. Era o “homem do talco”.

Surgiram depois várias figuras populares como Guimarães, que pleiteava ser o torcedor tricolor número um; Pastel; Gelson Siciliano, conhecido como o homem da gaitinha e muitos outros.

A tecnologia da comunicação integrou tricolores de vários estados e nações. Na internet surgiram sites e listas de discussão, verdadeiros pontos de encontro de inúmeros tricolores. Assim nasceram páginas (sítios) como a de Luís Nova, as “Opiniões Tricolores”, Sempreflu, Flumania, Torcida Tricolor, Axé Flu, Canal Fluminense, Pó-de-Arroz e o Site Oficial do Clube. Dentre as listas de discussão destacam-se a Flunet, NIT, Sabedoria Tricolor e muitas outras. Blogs e inúmeras comunidades do Fluminense no orkut também tornarem-se lugar de tricolores na internet.
Essa massa humana de apaixonados é a força poderosa que mantém o Flu grandioso desde 1902 , e assim será pela eternidade.

Hinos

O Fluminense possui um hino oficial e um popular. O primeiro hino do Fluminense, teve a letra composta por Coelho Netto, sobre a música de H. Williams – It’s a long, long way to Tipperary – e foi cantado pela primeira vez na solenidade de inauguração da 3ª sede do clube, em 23 de julho de 1915.


O primeiro hino

O Fluminense é um crisol
Onde apuramos a energia
Ao pleno ar, ao claro sol
Lutando em justas de alegria
O nosso esforço se congraça
Em torno do ideal viril
De avigorar a nova raça
Do nosso Brasil !

Corrige o corpo como artista
Vida imprime à estátua augusta
Faz da argila uma robusta
Peça de aço onde a alma assista
Na arena como na vida
Do forte é sempre a vitória
Do estádio foi que a Grécia acometida
Irrompeu para a glória

Ninguém no clube se pertence
A glória aqui não é pessoal
Quem vence em campo é o Fluminense
Que é, como a Pátria, um ser ideal
Assim nas justas se congraça
Em torno dum ideal viril
A gente moça, a nova raça
Do nosso Brasil !

Adestra a força e doma o impulso
Triunfa, mas sem alardo
O herói é bravo mas galhardo
Tão forte d’alma que de pulso
A força esplende em saúde
E abre o peito à bondade
A força é a expressão viva da virtude
E garbo da mocidade

Para evitar paródias com o primeiro cântico oficial, o clube lançou outro hino oficial, com letra e música de Antônio Cardoso de Menezes Filho.

Hino Oficial do Fluminense F.C. - Companheiros de luta e de glória

Na peleja incruenta e de paz
Disputamos no campo a vitória
Do mais forte, mais destro e sagaz!

Nossas liças de atletas são mansas
Como as querem os tempos de agora
Ressuscitam heróicas lembranças
Dos olímpicos jogos de outrora

Não nos cega o furor da batalha
Nem nos fere o rival, se é mais forte!
Nossas bolas são nossa metralha
Um bom goal, nosso tiro de morte
Fluminense, avante, ao combate
Nosso nome cerquemos de glória
Já se ouve tocar a rebate
Disputemos no campo a vitória.


Gravação Original da Marcha (Hino Popular) do Fluminense

A gravação original, histórica, rara e preciosa, foi feita na década de 40 pelo – Trio Melodia – que era formado por três tricolores famosos: Paulo Tapajós, Nuno Roland e Albertinho Fortuna, destaques da Rádio Nacional em sua época. O acompanhamento é da orquestra do maestro Lyrio Panicalli.

Paulo Tapajós, figura das mais queridas do Flu em sua época, é Benemérito do clube e foi Vice-presidente Social nas gestões de vários presidentes.

A remasterização desta gravação e transformação para o formato mp3, resgata a letra correta da marcha, alterada em diversas gravações posteriores, e recupera a terceira estrofe, relativa ao “branco”, abandonada em muitas dessas outras gravações.

Hino do Fluminense Football Club (popular)

Sou tricolor de coração
Sou do clube tantas vezes campeão
Fascina pela sua disciplina
O Fluminense me domina
Eu tenho amor ao tricolor

Salve o querido pavilhão
Das três cores que traduzem tradição
A paz, a esperança e o vigor
Unido e forte pelo esporte
Eu sou é tricolor

Vence o Fluminense
Com o verde da esperança
Pois quem espera sempre alcança
Clube que orgulha o Brasil
Retumbante de glórias
E vitórias mil

Vence o Fluminense
Com o sangue do encarnado
Com amor e com vigor
Faz a torcida querida
Vibrar de emoção o tricampeão

Sou tricolor de coração
Sou do clube tantas vezes campeão
Fascina pela sua disciplina
O Fluminense me domina
Eu tenho amor ao tricolor

Salve o querido pavilhão
Das três cores que traduzem tradição
A paz, a esperança e o vigor
Unido e forte pelo esporte
Eu sou é tricolor

Vence o Fluminense
Usando a fidalguia
Branco é paz e harmonia
Brilha com o sol
Da manhã
Com a luz de um refletor
Salve o Tricolor

(Letra: Lamartine Babo – Música: Lyrio Panicalli)


Primeiros jogos

O primeiro jogo do Fluminense, como não poderia deixar de ser, foi contra o Rio Football Club no campo do Paysandu, no dia 19 de outubro de 1902. O resultado foi uma goleada tricolor por 8 x 0, gols marcados por Horácio 3, Heráclito 2, Félix, Moraes e Simonsen. A equipe formou com Américo; M. Frias e Etchegaray; Mário Rocha, Oscar Cox e Schuback; Simonsen, Moraes, Horácio da Costa Santos, Heráclito e Félix.



A súmula do primeiro jogo do Fluminense - 19/10/1902

No encontro seguinte, realizado no mesmo local no dia 26 de outubro, o Rio venceu por 3 x 0.

A estreia do Fluminense em jogos interestaduais foi no dia 6 de setembro de 1903, no campo do Velódromo, em São Paulo.

O Fluminense empatou com o Internacional em 0 x 0. No dia seguinte, venceu ao Paulistano por 2 x 1 e no dia 8 de setembro, superou o São Paulo, campeão paulista, por 3 x 0.

Na curta temporada o Fluminense formou com Cruisckshank; Robinson e Etchegaray; Simonsen, Wright e Moreton; C. Robinson, Horácio Costa, E. Cox, Heráclito e Félix. No jogo com o Paysandu, Emílio Etchegaray jogou no lugar de Simonsen. O ponta Robinson e Edwin Cox foram os artilheiros. No último jogo mais uma alteração: Brooking substituiu Wright. Os gols contra o São Paulo foram de Horácio, Heráclito e Robinson.

Em 14 de agosto de 1904, o Paulistano retribuiu a visita e no primeiro jogo interestadual realizado no campo da Rua Guanabara – atual Pinheiro Machado -, o Fluminense perdeu pelo placar de 3 x 0. Esse foi o jogo inaugural da nova praça de esportes no Rio de Janeiro e o Flu cobrou as primeiras entradas para um jogo de futebol. Dois mil réis foi o preço e 996 pessoas pagaram ingressos.

Com a consolidação do clube, era necessária a criação de uma entidade que dirigisse o primeiro Campeonato Carioca. Assim, em 8 de junho de 1905, surgiu a Liga Metropolitana de Football. Assinaram a ata de fundação da LMF, além do Fluminense, Botafogo, América, Sport Club Petrópolis, Paysandu Cricket e Rio Cricket.

Aos poucos o remo, esporte da preferência popular, começava a ceder terreno para o futebol trazido da Inglaterra.

O primeiro Campeonato Carioca de Futebol foi disputado em 1906, e como não poderia deixar de ser fomos campeões mas, quanto a este tema, deixaremos para o capítulo títulos estaduais.

A súmula do primeiro jogo do Fluminense – 19/10/1902

A crise de 1911

Em 1911, após a conquista do Campeonato Carioca, surgiu uma crise interna no Fluminense. A cisão, liderada por Alberto Borgerth, levou nove jogadores tricolores a criar uma seção de futebol no Clube de Regatas Flamengo, que não tinha em mente outro esporte que não fosse o remo.

Nos arquivos do clube estão registrados os seguintes fatos: tendo sido abertas duas vagas no Ground Committee – comissão que avaliava a escalação da equipe que entraria em campo, em julho, com as demissões de Ernesto Paranhos e Haroldo Cox, ficou resolvido que Oswaldo Gomes e Alair Antunes seriam os candidatos.

Oswaldo Gomes já era, por escolha da diretoria, da qual Alberto Borgerth fazia parte, sub-capitão do 1º quadro, o que lhe tornava natural candidato a uma das vagas e mesmo, para capitão. Entretanto, Oswaldo Gomes preferiu candidatar-se ao Ground Committee, porque Borgerth era o indicado para capitão.

No dia da reunião, surgiu um candidato da oposição – Joaquim Guimarães – e a votação terminou empatada: 15 votos para Oswaldo Gomes e 15 para Joaquim Guimarães. O presidente da Assembleia sugeriu, então, o critério de considerar eleito o candidato de mais idade e submeteu o seu ponto de vista à ratificação ou rejeição dos sócios presentes. Por 17 votos contra, a Assembleia aprovou a sugestão do presidente.

Oswaldo Gomes estava eleito, de acordo com a vontade da maioria, mas não aceitou por entender que a questão deveria ser resolvida em outra Assembleia. Em 7 de agosto, em carta enviada à diretoria, Gomes entregou o cargo de sub-capitão do 1º quadro.

Nas vésperas do jogo contra o Rio Cricket, o comitê se reuniu e escalou uma equipe. Borgerth porém sugeriu, com apoio da maioria, que os jogadores fossem consultados sobre essa escalação. Afonso de Castro, voto vencido, bateu-se contra a sugestão, ponderando que isso constituía mau precedente, pois iria tranferir aos jogadores as atribuições do Ground Committee.

Com exceção de Oswaldo Gomes e James Calvert, os demais jogadores se pronunciaram pela substituição de Oswaldo por Arnaldo Guimarães e Paranhos por Borgerth, mas o comitê manteve a escalação anterior, contra o voto de Borgerth que estava de acordo com a maioria dos jogadores. O quadro escolhido pelo comitê foi a campo e venceu o jogo por 5 x 0.

No dia 3 de outubro, entretanto, Borgerth, Othon Baena, Píndaro de Carvalho Rodrigues, Emmanuel Nery, Ernesto Amarante, Armando de Almeida (Galo), Orlando Mattos, Gustavo de Carvalho e Lawrence Andrews solicitaram desligamento do Fluminense.

De acordo com depoimentos, alguns rebelados tricolores, inclusive Borgerth, sugeriram uma simples adesão ao Botafogo, hipótese imediatamente afastada, pois o alvinegro, na época, era o inimigo número um, pois tinha se sagrado campeão carioca de 1910 e deveria ser o adversário a ser derrotado.

Antes do Flamengo, alguns aventaram a possibilidade de na cisão, irem reforçar o Paysandu, que a rigor só possuía dois bons jogadores, mas por ser um clube exclusivamente de ingleses, a hipótese foi vetada. “Vamos para o Flamengo”, concluiu o próprio Borgerth.

A cisão ocorrida em 1911 dentro do Fluminense teve como um de seus pivôs Borgerth. Somente a saída dos nove jogadores titulares do Flu para fundarem a seção terrestre do CRF não era suficiente.

Naquela época para que um clube de futebol vingar teria que fazer parte obrigatoriamente da Liga Metropolitana de Sports Athléticos e, para que isso ocorresse, dois obstáculos deveriam ser vencidos: o CRF teria que ter um campo de jogo e ainda deveria ser alterado o regulamento da Liga, que exigia para a disputa de qualquer campeonato pelo menos um ano no mínimo de filiação.

Em relato feito pelo próprio Borgerth, no Boletim do Fluminense de junho de 1952, ele cita que o primeiro obstáculo foi vencido quando o Fluminense arrendou por quantia irrisória seu campo ao CRF e o segundo foi conseguido com a grande influência de Mario Pollo na Liga, que conseguiu a alteração do regulamento, permitindo o Flamengo já disputar o Campeonato de 1912, vencido na versão da Liga pelo Paysandu e pelo Botafogo na Associação de Football do Rio de Janeiro.

Desta forma ocorreu a transferência definitiva de nove jogadores titulares tricolores – do time campeão de 1911 – para o rubro-negro. No primeiro Fla x Flu da história, que depois viria a se tornar o clássico mais tradicional do futebol brasileiro foi disputado no dia 7 de julho de 1912, nas Laranjeiras. De um lado, com a nova camisa do Flamengo, o time dias antes Campeão Carioca. Do outro, os reservas do Fluminense transformados em titulares com as exceções de Oswaldo Gomes e James Calvert, que já eram titulares anteriormente. O resultado não poderia ser diferente. A alegria e o delírio explodiram nas Laranjeiras com a comprovovação em campo da supremacia de nosso clube: Fluminense 3 x 2 Flamengo. A vingança tricolor havia se concretizado e solidificava-se o mito de clube vencedor.


No dia 21 de janeiro de 1919, para socorrer a Confederação Brasileira de Desportos que queria sediar o Campeonato Sul Americano de Futebol (vencido pela primeira vez pelo Brasil), o tricolor deu mais uma demonstração de força e prestígio. Em tempo recorde, ergueu o Estádio das Laranjeiras com capacidade para 18 mil pessoas. Veja na sequência de fotos históricas a construção desde o canteirovde obras. 

Fonte: Site Oficial do Fluminense FC
Fotos: acervo do F.F.C.


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